
Gilson Neudo Soares do Amaral, ex-pastor evangélico
O júri popular do ex-pastor evangélico Gilson Neudo Soares do Amaral, um dos
acusados de participação na morte do radialista caicoense Francisco Gomes de
Medeiros, o F. Gomes, morto a tiros no dia 18 de outubro de 2010, foi adiado. O
julgamento, que deveria ocorrer nesta quarta-feira, dia 16, foi remarcado para 4
de abril.
Segundo o Tribunal de Justiça, o defensor público Serjano Marcos Torquato
Valle, responsável pela defesa do ex-pastor, alegou ter recebido uma intimação
para se fazer presente em uma outra sessão, já previamente agendada, no Tribunal
do Júri da Comarca de Pau dos Ferros. Assim, a data do júri popular foi
redefinida para 4 de abril, conforme publicação feita nesta terça-feira (15) no
site do TJ. Atualmente, Serjano Vale exerce suas funções no Fórum Varela Barca,
na Zona Norte de Natal.
Os denunciados
Segundo o Ministério Público, Gilson Neudo
Soares fez parte de um ‘consórcio’ de pessoas que se uniram com um propósito:
eliminar o radialista. Além do ex-pastor, também foram denunciados o mototaxista
João Francisco dos Santos, mais conhecido como 'Dão', o comerciante Lailson
Lopes, chamado de 'Gordo da Rodoviária', o advogado Rivaldo Dantas de Farias, o
tenente-coronel da PM Marcos Antônio de Jesus Moreira e o soldado da PM Evandro
Medeiros.

João Francisco, o 'Dão', foi condenado nesta terça - (Foto: Divulgação/Polícia Civil do RN)
João Francisco dos Santos e Lailson Lopes já foram julgados.
Dão, o assassino confesso, admitiu ter puxado o gatilho. Como autor material do
crime, o mototaxista foi condenado a 27 de prisão em regime fechado. A defesa
não recorreu da decisão. O julgamento aconteceu no dia 6 de agosto de 2013. Ele
cumpre pena na Penitenciária Estadual de Alcaçuz, em Nísia Floresta, cidade da
Grande Natal. Alcaçuz é a maior unidade prisional do estado.
Já o Gordo da Rodoviária, julgado no dia 12 de abril de 2014,
pegou 14 anos de prisão. Os advogados dele recorreram da sentença e um novo
julgamento será realizado em data ainda a ser definida. Mesmo assim, Lailson
permanece preso. Atualmente ele se encontra no Centro de Detenção Provisória de
Patu, na região Oeste do estado.

Lailson Lopes, o 'Gordo da Rodoviária'
O advogado Rivaldo Dantas de Farias, também denunciado como mandante do crime
e também sentenciado a sentar no banco dos réus, aguarda em liberdade que a
Justiça defina uma data para o júri popular. Quanto ao tenente-coronel Moreira e
o soldado Evandro, ambos não foram pronunciados e, consequentemente, acabaram
excluídos do processo. Ou seja, não são mais acusados de participação no crime.
Entenda o caso
Francisco Gomes de Medeiros, o F. Gomes, tinha 46 anos e trabalhava na rádio Caicó AM. Foi assassinado na noite de 18 de outubro de 2010, deixando mulher e três filhos. Ele foi atingido por três tiros de revólver na calçada de casa, na rua Professor Viana, no bairro Paraíba, em Caicó. Vizinhos ainda o socorreram ao Hospital Regional de Caicó, mas F. Gomes não resistiu aos ferimentos.
Francisco Gomes de Medeiros, o F. Gomes, tinha 46 anos e trabalhava na rádio Caicó AM. Foi assassinado na noite de 18 de outubro de 2010, deixando mulher e três filhos. Ele foi atingido por três tiros de revólver na calçada de casa, na rua Professor Viana, no bairro Paraíba, em Caicó. Vizinhos ainda o socorreram ao Hospital Regional de Caicó, mas F. Gomes não resistiu aos ferimentos.

Segundo inquérito, concluído pela delegada Sheila Freitas, a
execução do radialista foi encomendada por R$ 10 mil. Contudo, R$ 8 mil foram
pagos. “Três mil foram pagos pelo pastor para que Dão pudesse fugir”, disse ela,
revelando que o dinheiro pertencia à igreja onde o o ex-pastor Gilson Neudo
pregava. O restante teria sido pago pelo tenente-coronel Moreira, "que juntou o
dinheiro após vender um triciclo", acrescentou Sheila. O dinheiro foi rastreado
com a quebra do sigilo telefônico e bancário dos investigados.
Além de ser apontado como o principal financiador do crime, o
tenente-coronel Moreira também teria razões suficientes para querer se vingar de
F. Gomes. O promotor Geraldo Rufino considera que as denúncias feitas com
frequência pelo radialista levaram ao afastamento do oficial quando este
dirigiu, em meados de 2010, a Penitenciária Estadual do Seridó, o Pereirão. As
denúncias, enfocando desmandos e atos do militar à frente da unidade, foram tão
graves que levaram o Ministério Público a instaurar uma investigação contra
Moreira.
Outro acusado que teve participação decisiva na articulação do
crime, ainda segundo a delegada, foi o advogado Rivaldo Dantas, considerado o
principal elo de ligação entre os envolvidos. “O advogado foi o elo entre o
Gordo da Rodoviária, o pastor e o mototaxista Dão, além de também ter forte
amizade com o tenente-coronel Moreira. A partir daí, eles resolveram matar F.
Gomes”, afirmou. Ainda de acordo com Sheila, foi também pela forte influência e
domínio que Rivaldo tinha sobre Dão que o mototaxista foi contratado para
executar o serviço. “Dão é um sociopata. Para ele, matar é a coisa mais comum do
mundo. Ele viu a mãe se morta pelo padrasto quando criança. Daí essa frieza
dele”, emendou a delegada.
Fonte: G1/RN
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