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terça-feira, 15 de março de 2016

JULGAMENTO DE EX-PASTOR ACUSADO DE PARTICIPAR DA MORTE DE F. GOMES FOI ADIADO

Gilson Neudo Soares do Amaral, ex-pastor evangélico  (Foto: Sidney Silva)
Gilson Neudo Soares do Amaral, ex-pastor evangélico
O júri popular do ex-pastor evangélico Gilson Neudo Soares do Amaral, um dos acusados de participação na morte do radialista caicoense Francisco Gomes de Medeiros, o F. Gomes, morto a tiros no dia 18 de outubro de 2010, foi adiado. O julgamento, que deveria ocorrer nesta quarta-feira, dia 16, foi remarcado para 4 de abril.

Segundo o Tribunal de Justiça, o defensor público Serjano Marcos Torquato Valle, responsável pela defesa do ex-pastor, alegou ter recebido uma intimação para se fazer presente em uma outra sessão, já previamente agendada, no Tribunal do Júri da Comarca de Pau dos Ferros. Assim, a data do júri popular foi redefinida para 4 de abril, conforme publicação feita nesta terça-feira (15) no site do TJ. Atualmente, Serjano Vale exerce suas funções no Fórum Varela Barca, na Zona Norte de Natal.


Os denunciados
Segundo o Ministério Público, Gilson Neudo Soares fez parte de um ‘consórcio’ de pessoas que se uniram com um propósito: eliminar o radialista. Além do ex-pastor, também foram denunciados o mototaxista João Francisco dos Santos, mais conhecido como 'Dão', o comerciante Lailson Lopes, chamado de 'Gordo da Rodoviária', o advogado Rivaldo Dantas de Farias, o tenente-coronel da PM Marcos Antônio de Jesus Moreira e o soldado da PM Evandro Medeiros.

João Francisco, o 'Dão', foi condenado pela morte do radialista F. Gomes, em Caicó (Foto: Divulgação/Polícia Civil do RN)
João Francisco, o 'Dão', foi condenado nesta terça - (Foto: Divulgação/Polícia Civil do RN)
João Francisco dos Santos e Lailson Lopes já foram julgados. Dão, o assassino confesso, admitiu ter puxado o gatilho. Como autor material do crime, o mototaxista foi condenado a 27 de prisão em regime fechado. A defesa não recorreu da decisão. O julgamento aconteceu no dia 6 de agosto de 2013. Ele cumpre pena na Penitenciária Estadual de Alcaçuz, em Nísia Floresta, cidade da Grande Natal. Alcaçuz é a maior unidade prisional do estado.

Já o Gordo da Rodoviária, julgado no dia 12 de abril de 2014, pegou 14 anos de prisão. Os advogados dele recorreram da sentença e um novo julgamento será realizado em data ainda a ser definida. Mesmo assim, Lailson permanece preso. Atualmente ele se encontra no Centro de Detenção Provisória de Patu, na região Oeste do estado.
Lailson Lopes, o 'Gordo da Rodoviária' (Foto: Willacy Dantas)
Lailson Lopes, o 'Gordo da Rodoviária'
O advogado Rivaldo Dantas de Farias, também denunciado como mandante do crime e também sentenciado a sentar no banco dos réus, aguarda em liberdade que a Justiça defina uma data para o júri popular. Quanto ao tenente-coronel Moreira e o soldado Evandro, ambos não foram pronunciados e, consequentemente, acabaram excluídos do processo. Ou seja, não são mais acusados de participação no crime.

Entenda o caso
Francisco Gomes de Medeiros, o F. Gomes, tinha 46 anos e trabalhava na rádio Caicó AM. Foi assassinado na noite de 18 de outubro de 2010, deixando mulher e três filhos. Ele foi atingido por três tiros de revólver na calçada de casa, na rua Professor Viana, no bairro Paraíba, em Caicó. Vizinhos ainda o socorreram ao Hospital Regional de Caicó, mas F. Gomes não resistiu aos ferimentos.
Radialista F. Gomes foi morto em 2010, em Caicó (Foto: Sidney Silva/Cedida)Radialista F. Gomes foi morto em 2010, em Caicó
Segundo inquérito, concluído pela delegada Sheila Freitas, a execução do radialista foi encomendada por R$ 10 mil. Contudo, R$ 8 mil foram pagos. “Três mil foram pagos pelo pastor para que Dão pudesse fugir”, disse ela, revelando que o dinheiro pertencia à igreja onde o o ex-pastor Gilson Neudo pregava. O restante teria sido pago pelo tenente-coronel Moreira, "que juntou o dinheiro após vender um triciclo", acrescentou Sheila. O dinheiro foi rastreado com a quebra do sigilo telefônico e bancário dos investigados.

Além de ser apontado como o principal financiador do crime, o tenente-coronel Moreira também teria razões suficientes para querer se vingar de F. Gomes. O promotor Geraldo Rufino considera que as denúncias feitas com frequência pelo radialista levaram ao afastamento do oficial quando este dirigiu, em meados de 2010, a Penitenciária Estadual do Seridó, o Pereirão. As denúncias, enfocando desmandos e atos do militar à frente da unidade, foram tão graves que levaram o Ministério Público a instaurar uma investigação contra Moreira.

Outro acusado que teve participação decisiva na articulação do crime, ainda segundo a delegada, foi o advogado Rivaldo Dantas, considerado o principal elo de ligação entre os envolvidos. “O advogado foi o elo entre o Gordo da Rodoviária, o pastor e o mototaxista Dão, além de também ter forte amizade com o tenente-coronel Moreira. A partir daí, eles resolveram matar F. Gomes”, afirmou. Ainda de acordo com Sheila, foi também pela forte influência e domínio que Rivaldo tinha sobre Dão que o mototaxista foi contratado para executar o serviço. “Dão é um sociopata. Para ele, matar é a coisa mais comum do mundo. Ele viu a mãe se morta pelo padrasto quando criança. Daí essa frieza dele”, emendou a delegada.

Fonte: G1/RN

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