
O ex-presidente Lula na sede do Partido dos Trabalhadores, no centro de São Paulo(VEJA.com/VEJA.com)
Poucas horas após prestar depoimento à Polícia Federal em São
Paulo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva concedeu entrevista coletiva na
sede do diretório nacional do PT na capital paulista para dizer-se "ultrajado",
"ofendido" e "magoado" com a decisão da força-tarefa da Operação Lava Jato de
conduzi-lo coercitivamente para depor. Sem responder a perguntas dos
jornalistas, Lula fez um discurso em que abusou do papel de vítima e preferiu
duros ataques contra o juiz federal Sergio Moro, responsável por conduzir os
processos da Lava Jato em Curitiba. O petista sugeriu que Moro é arrogante e
serve ao inimigo de sempre do PT: a imprensa livre. "O juiz poderia ter me
convidado a prestar depoimento e eu iria, como já fui outras três vezes".
Depois de proferir uma série de ataques a Moro e ao Ministério
Público, chegando a dizer que o salário dos membros do Judiciário é custeado com
o imposto pago pelas empresas investigadas no petrolão, como se isso obrigasse
os membros da Justiça a serem gratos às empresas responsáveis por desvios
bilionários de verba dos cofres da Petrobras, Lula afirmou que esta sexta-feira
representará um marco para a história do PT. E que sairá em caravana pelo país a
partir da semana que vem para 'defender o partido'. "Se quiseram matar a
jararaca, não bateram na cabeça. Bateram no rabo e a jararaca está viva como
sempre esteve". Em um discurso para convertidos, Lula não usou sequer um segundo
para dar explicações ao país sobre as graves acusações que pesam contra ele,
como a de que enriqueceu às custas do petrolão.
Nenhum comentário:
Postar um comentário