
O plenário do Senado elegeu na tarde desta segunda-feira (25),
em votação simbólica (sem contagem nominal dos votos), os 21 membros titulares e
20 suplentes da comissão especial que analisará as acusações contra a presidente
Dilma Rousseff no processo de impeachment. Segundo o senador Raimundo Lira
(PMDB-PB), indicado pelo PMDB para presidir o colegiado, a instalação será nesta
terça (26), às 10h, com a eleição de presidente e relator. Segundo ele, o
parecer pela instauração ou não do processo de impeachment deve ser votado na
comissão no dia 9 de maio. No plenário, a votação deve ocorrer por volta do dia
12 de maio. Nos últimos dias, os partidos indicaram nomes para compor a
comissão, de acordo com o tamanho das bancadas (veja ao final desta reportagem
cada um dos indicados eleitos). O PMDB, por ter mais senadores, terá 5
integrantes. Os blocos do PSDB e do PT terão 4 cada um.
A eleição ocorre em meio à polêmica sobre quem deverá assumir a
relatoria do processo. A indicação de Raimundo Lira para a presidência da
comissão foi bem aceita por oposição e governo. Mas o PSDB, que integra o
segundo maior bloco do Senado, quer indicar o senador Antônio Anastasia
(PSDB-MG) para a relatoria. O tucano ficaria responsável por elaborar parecer
pela admissibilidade ou não do processo. Se for instaurado o procedimento de
impeachment, Dilma terá que se afastar da Presidência por 180 dias. Também cabe
ao relator elaborar parecer final sobre o mérito das acusações, recomendando ou
não a cassação do mandato. Raimundo Lira afirmou que poderá haver candidatura
avulsa para a relatoria, mas defendeu a a indicação de Anastasia. “Não posso
impedir, mas acredito que o nome que será efetivamente indicado é o do Antônio
Anastasia. Ele é professor de direito constitucional, um home moderado. Acredito
que essas pequenas divergências serão superadas”, disse. Logo no início da
sessão desta segunda, senadores governistas apresentaram uma questão de ordem
para que o processo de impeachment de Dilma, que já tramitou na Câmara, e o do
vice-presidente, Michel Temer, sejam analisados conjuntamente pelo Senado. O
pedido, porém, foi negado pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL),
que destacou que o pedido para afastar Temer ainda não foi processado pela
Câmara.
Trabalhos da comissão
A partir da instalação da comissão especial, o relator terá 10 dias úteis para elaborar um parecer pela admissibilidade ou não do processo de impeachment. O relatório é votado na comissão e, depois, submetido ao plenário. A oposição quer concluir a votação no plenário entre os dias 11 e 15 de maio. Para que Dilma seja afastada por até 180 dias, basta o voto da maioria – 41 dos 81 senadores. Se isso ocorrer, inicia-se a fase de coleta de provas, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, assumirá a condução do processo e Dilma terá direito de apresentar defesa. Para cassar o mandato da presidente, o quórum exigido no plenário é maior – dois terços, ou 54 dos 81 senadores.
*Veja a lista completa de senadores indicados para a
comissão do impeachment:
PMDB (5 vagas)
*Titulares
- Raimundo Lira (PB)
- Rose de Freitas (ES)
- Simone Tebet (MS)
- Dário Berger (SC)
- Waldemir Moka (MS)
*Suplentes
- Hélio José (DF)
- Marta Suplicy (SP)
- Garibaldi Alves (RN)
- João Alberto Souza (MA)
- a definir
PMDB (5 vagas)
*Titulares
- Raimundo Lira (PB)
- Rose de Freitas (ES)
- Simone Tebet (MS)
- Dário Berger (SC)
- Waldemir Moka (MS)
*Suplentes
- Hélio José (DF)
- Marta Suplicy (SP)
- Garibaldi Alves (RN)
- João Alberto Souza (MA)
- a definir
*Bloco da oposição (PSDB, DEM e PV, 4
vagas)
*Titulares
- Aloysio Nunes (PSDB-SP)
- Antônio Anastasia (PSDB-MG)
- Cássio Cunha Lima (PSDB-PB)
- Ronaldo Caiado (DEM-GO)
*Suplentes
- Tasso Jereissati (PSDB-CE)
- Ricardo Ferraço (PSDB-ES)
- Paulo Bauer (PSDB-SC)
-Davi Alcolumbre (DEM-AP)
*Titulares
- Aloysio Nunes (PSDB-SP)
- Antônio Anastasia (PSDB-MG)
- Cássio Cunha Lima (PSDB-PB)
- Ronaldo Caiado (DEM-GO)
*Suplentes
- Tasso Jereissati (PSDB-CE)
- Ricardo Ferraço (PSDB-ES)
- Paulo Bauer (PSDB-SC)
-Davi Alcolumbre (DEM-AP)
*Bloco de Apoio ao Governo (PT e PDT, 4
vagas)
*Titulares
- Lindbergh Farias (PT-RJ)
- Gleisi Hoffmann (PT-PR)
- José Pimentel (PT-CE)
- Telmário Mota (PDT-RR)
*Suplentes
- Humberto Costa (PT-PE)
- Fátima Bezerra (PT-RN)
- Acir Gurgacz (PDT-RO)
- João Capiberibe (PSB-AP)*
*Titulares
- Lindbergh Farias (PT-RJ)
- Gleisi Hoffmann (PT-PR)
- José Pimentel (PT-CE)
- Telmário Mota (PDT-RR)
*Suplentes
- Humberto Costa (PT-PE)
- Fátima Bezerra (PT-RN)
- Acir Gurgacz (PDT-RO)
- João Capiberibe (PSB-AP)*
*O PT cedeu uma vaga de suplência ao PSB.
*Bloco Moderador (PTB, PR, PSC, PRB e PTC, 2
vagas)
*Titulares
- Wellington Fagundes (PR-MT)
- Zezé Perrella (PTB-MG)
*Suplentes
- Eduardo Amorim (PSC-SE)
- Magno Malta (PR-ES)
*Titulares
- Wellington Fagundes (PR-MT)
- Zezé Perrella (PTB-MG)
*Suplentes
- Eduardo Amorim (PSC-SE)
- Magno Malta (PR-ES)
*Bloco Democracia Progressista (PP e PSD, 3
vagas)
*Titulares
- José Medeiros (PSD-MT)
- Ana Amélia Lemos (PP-RS)
- Gladson Cameli (PP-AC)
- Suplentes
- Otto Alencar (PSD-BA)
- Sérgio Petecão (PSD-AC)
- Wilder Moraes (PP-GO)
*Titulares
- José Medeiros (PSD-MT)
- Ana Amélia Lemos (PP-RS)
- Gladson Cameli (PP-AC)
- Suplentes
- Otto Alencar (PSD-BA)
- Sérgio Petecão (PSD-AC)
- Wilder Moraes (PP-GO)
*Bloco Socialismo e Democracia (PSB, PPS, PCdoB e Rede, 3
vagas)
*Titulares
- Fernando Bezerra (PSB-PE)
- Romário (PSB-RJ)
- Vanessa Grazziotin (PC do B-AM)
*Suplentes
- Roberto Rocha (PSB-MA)
- Randolfe Rodrigues (Rede-AP)
- Cristovam Buarque (PPS-DF)
*Titulares
- Fernando Bezerra (PSB-PE)
- Romário (PSB-RJ)
- Vanessa Grazziotin (PC do B-AM)
*Suplentes
- Roberto Rocha (PSB-MA)
- Randolfe Rodrigues (Rede-AP)
- Cristovam Buarque (PPS-DF)
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