
O ex-ministro da Fazenda Guido Mantega foi alvo de condução
coercitiva (quando a pessoa é levada a depor e depois é liberada) na 7ª fase da
Operação Zelotes, deflagrada nesta segunda-feira (9) pela Polícia Federal. A
condução de Mantega foi autorizada pela Justiça Federal. Investigadores da
Zelotes querem apurar a ligação de Mantega com empresa que é suspeita de comprar
decisões do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), ligado ao
Ministério da Fazenda.
Ainda segundo os investigadores, Mantega foi citado por
suspeitos investigados na operação como amigo de um dos alvos da fase deflagrada
nesta segunda-feira, Victor Sandri, dono da empresa Cimento Penha, suspeita de
comprar decisões do Carf. Inicialmente, o pedido da PF para realizar a condução
coercitiva de Mantega havia sido negado pela Justiça. Depois, Ministério Público
Federal e a PF reuniram novos elementos para embasar o pedido, que acabou sendo
autorizado pela Justiça. Mantega foi levado à PF em São Paulo, onde prestava
depoimento até a última atualização desta reportagem. Além da condução do
ex-ministro, a PF cumpriu 27 mandados de busca e apreensão e de condução
coercitiva na atual fase da Zelotes. Agentes foram às ruas no Distrito Federal e
nos estados de Pernambuco e São Paulo. Nesta 7ª fase da Zelotes também foi alvo
de condução coercitiva o ex-conselheiro do Carf José Ricardo da Silva. Ele já
foi condenado por participação nas fraudes no conselho e deu depoimento no
presídio da Papuda, em Brasília.
Na decisão em que autorizou a operação desta segunda, o juiz
Vallisney Oliveira citou os argumentos do Ministério Público Federal de que há
indícios de venda de decisão no Carf e a nomeação de um conselheiro para o
órgão com o propósito de garantir – em troca de vantagens financeiras – o
julgamento favorável a aliados. Em Pernambuco, a PF cumpriu cinco mandados de
condução coercitiva. Prestarão esclarecimentos três contadores, um advogado e um
auditor da Receita Federal. Além disso, foram cumpridos dois mandados de busca e
apreensão no Recife e um em Olinda. São alvos um escritório de advocacia e de
contabilidade.
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