
Manifestantes querem reunião com o governador para discutir
planos de ação para a pauta da categoria sobre a reforma agrária. Manifestantes
do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) saíram em caminhada na
manhã de hoje (2) da sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária
(Incra), localizada no bairro de Petrópolis até a Governadoria do Estado,
localizada no Centro Administrativo, no bairro de Lagoa Nova.
Segundo os manifestantes, o grupo quer se reunir com o
governador Robinson Faria (PSD) para discutir a pauta da categoria sobre a
reforma agrária. Além de exigir medidas em prol da reforma, o movimento também
defende a continuidade do governo da presidente Dilma Rousseff (PT). “Nós
defendemos a democracia, e não o governo. Nós acreditamos que a presidente não
cometeu nenhum crime e por isso deveria cumprir seu mandato até o fim”,
ressaltou Rosa Maria, manifestante escolhida pelo grupo para falar sobre o
protesto.

Questionada sobre os transtornos que as manifestações causaram
no trânsito, Rosa Maria minimizou a situação. “Nós sabemos que atrapalha um
pouco, mas muito pior está a nossa situação. Estamos sem acesso às terras e
vivendo debaixo de barracos”, comentou. Enquanto o grupo se deslocava para o
Centro Administrativo, na manhã de hoje (2), os manifestantes acabaram
interrompendo totalmente o trânsito na avenida Senador Salgado Filho.
Apesar disso, a manifestante revelou que a intenção do
movimento não era de bloquear o fluxo de veículos. “Não houve intenção de
paralisar o fluxo. O que aconteceu foi uma intervenção que fizemos relacionada
ao massacre de Eldorado dos Carajás”, afirmou Rosa Maria. Ainda sobre a
manifestação e a vontade do grupo de se reunir com o governador, a manifestante
revelou que todos os membros do movimento irão ficar acampados em frente à
Governadoria até o encontro. “Nós ficaremos aqui até sermos recebidos pelo
governador, pode custar o tempo que for, mas só iremos sair quando formos
atendidos”, afirmou.

A Polícia Militar foi encarregada de tirar os manifestantes da
via, e, além de utilizar bombas de gás lacrimogêneo, chegaram a atirar contra os
manifestantes. Após serem atingidos pelos disparos, dezenove camponeses acabaram
morrendo no confronto.
Dos 155 policiais que participaram da ação, Mário Pantoja e
José Maria de Oliveira, comandantes da operação, foram condenados a penas que
superaram os 150 anos de prisão. José Maria de Oliveira permanece custodiado no
Centro de Recuperação Especial Anastácio das Neves, enquanto Mário Colares
Pantoja está em recolhimento domiciliar para tratamento de saúde. Os demais
policiais militares que foram a julgamento foram absolvidos dos crimes.

Os integrantes do Movimento Sem Terra que realizavam protesto em frente a Governadoria se dispersaram da frente do local após um policial realizar um disparo para o alto. A atitude do policial foi tomada depois que os manifestantes tentaram furar a barreira feita pelos PMs para evitar uma possível invasão.
Mesmo com a ocorrência, os manifestantes apenas saíram da frente da Governadoria, mas começaram a montar suas barracas nas dependências do complexo e prometem ficar no local por alguns dias. A reportagem do portal Agora RN esteve nas imediações e registrou algumas barracas já montadas.
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