
Lula: o petista é alvo de três investigações centrais na Operação Lava Jato, em Curitiba, sede da investigação do esquema de cartel e corrupção na Petrobras
A Polícia Federal indiciou o ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva no inquérito que investiga o tríplex do Condomínio
Solaris, no Guarujá, litoral paulista. O petista é alvo de três investigações
centrais na Operação Lava Jato, em Curitiba, sede da investigação do esquema de
cartel e corrupção na Petrobras.
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A ex-primeira-dama Marisa Letícia e o ex-presidente do Instituto Lula Paulo
Okamotto também foram indiciados. Lula foi indiciado por corrupção passiva,
lavagem de dinheiro e falsidade ideológica. Dona Marisa, por corrupção e
lavagem. A conclusão do delegado Márcio Adriano Anselmo é de que o casal "foi
beneficiário de vantagens ilícitas, por parte da OAS, em valores que alcançaram
R$ 2,4 milhões referentes às obras de reforma no apartamento 164-A do Edifício
Solaris, bem como no custeio de armazenamento de bens do casal".
A apuração do inquérito teve como ponto central reforma realizada no tríplex,
construído pela Bancoop (Cooperativa Habitacional do Sindicato dos Bancários),
que teve como presidente o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto - preso desde
abril de 2015. O imóvel foi adquirido pela OAS e recebeu benfeitorias da
empreiteira, acusada de corrupção na Petrobras. Segundo a investigação, o
ex-presidente seria o verdadeiro dono do imóvel. A defesa do petista nega e diz
que a família tinha uma cota-parte em outra unidade do empreendimento e desistiu
de comprar o tríplex sob suspeita.
É o primeiro indiciamento formal contra Lula nas apurações da Lava Jato em
Curitiba. A conclusão do inquérito da PF, com o indiciamento dos investigados,
antecede o passo de denúncia criminal a ser apresentada pelo Ministério Público
Federal ao juiz federal Sérgio Moro, que conduz os processos do caso em primeira
instância. Os procuradores pediram 90 dias para oferecer denúncia no caso. Lula
foi alvo de condução coercitiva no dia 4 de março, quando foi deflagrada a 24ª
fase da Lava Jato, batizada de Operação Aletheia. Na ocasião, ele negou conhecer
o engenheiro da OAS Paulo Gordilho, que teria participado da reforma da cozinha
do tríplex e de outra propriedade que investigadores atribuem a Lula, o sítio de
Atibaia (SP). Nesta quinta-feira, 25, foi divulgada uma foto em que Gordilho
aparece ao lado do petista.

Outro inquérito, em fase final, investiga compra e reformas no sítio Santa
Bárbara, em Atibaia, interior de São Paulo. O imóvel, segundo a Lava Jato,
pertence a Lula e recebeu obras da OAS e da Odebrecht. Um terceiro inquérito da
PF vasculha pagamentos e doações à LILS Palestras e Eventos e ao Instituto Lula.
A PF suspeita que a LILS e o Instituto receberam valores de empreiteiras
contratadas durante os dois mandatos de Lula (2003/2010).
Investigadores da força-tarefa em Curitiba reuniram elementos para apontar a
participação de Lula no esquema de cartel e corrupção que vigorou de 2004 a
2014, na Petrobras e que teria se espalhado em outras áreas do governo, como
contratos do setor de energia, concessões de aeroportos e rodovias. Com base em
uma sistemática de corrupção, empreiteiras, em conluio com agentes públicos e
políticos da base, PT, PMDB e PP, em especial, teriam desviado de 1% a 3% em
contratos das estatais. Um rombo de pelo menos R$ 6,2 bilhões, só na Petrobras.
Lula teria recebido "benesses" das empreiteiras do cartel, como Odebrecht, OAS e
outras. Executivos dos dois grupos empresariais negociam desde o início do ano
acordos de delação premiada com o Ministério Público Federal.
Dilvugação/OAS
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