
O ex-ministro José Dirceu, ao chegar à Superintendência da Justiça Federal, em Curitiba,em janeiro (Foto: Paulo Lisboa/Brazil Photo Press/Estadão Conteúdo)
O ministro Luís Roberto Barroso, relator das execuções penais
do chamado mensalão do PT no
Supremo Tribunal Federal (STF), concedeu nesta segunda-feira (17) o perdão da
pena imposta ao ex-chefe da Casa Civil José Dirceu no processo do mensalão.
Condenado a 7 anos e 11 meses de prisão, o ex-ministro passou a cumprir a pena
do mensalão em 15 de novembro de 2013, após se esgotarem as possibilidades de
recurso.
Na decisão, Barroso atendeu a pedido da defesa de Dirceu e
seguiu parecer favorável à extinção da pena enviado em junho ao STF pelo
procurador-geral da República, Rodrigo Janot. O ministro entendeu que o petista
atendia aos critérios do chamado indulto natalino, decreto presidencial previsto
na Constituição e publicado anualmente, que prevê o perdão da pena para
condenados que se encaixam em pré-requisitos definidos pelo Conselho Nacional de
Política Criminal e Penitenciária (leia os critérios aqui). Mesmo com o perdão da pena do mensalão, Dirceu
permanecerá preso, em Curitiba, por envolvimento no esquema de corrupção
investigado pela Operação Lava Jato. Ele é acusado de receber propina de
fornecedores da Petrobras. Por este crime, ele já foi condenado a 20 anos e 10
meses de prisão pelo juiz federal Sérgio Moro, do Paraná.
Perdão da pena
No parecer, enviado em junho, Janot narrou que, no começo deste ano, o ex-ministro da Casa Civil pediu o perdão da pena, mas que, a pedido da Procuradoria, o ministro entendeu que era o caso de aguardar decisão do juiz do Paraná sobre o processo que corria contra ele na Lava Jato. Na ocasião, Janot argumentou que as práticas de crime cometidas por Dirceu desvendadas na Operação Lava Jato ocorreram até o fim de 2014, com operações de lavagem de dinheiro, e, por isso, o ex-ministro cometeu falta grave durante a pena do mensalão.
No parecer, enviado em junho, Janot narrou que, no começo deste ano, o ex-ministro da Casa Civil pediu o perdão da pena, mas que, a pedido da Procuradoria, o ministro entendeu que era o caso de aguardar decisão do juiz do Paraná sobre o processo que corria contra ele na Lava Jato. Na ocasião, Janot argumentou que as práticas de crime cometidas por Dirceu desvendadas na Operação Lava Jato ocorreram até o fim de 2014, com operações de lavagem de dinheiro, e, por isso, o ex-ministro cometeu falta grave durante a pena do mensalão.
Após ser condenado na Lava Jato, o ex-ministro informou ao
Supremo que o juiz Moro reconheceu na sentença que os crimes teriam ocorrido até
novembro de 2013, quando Dirceu não havia começado a cumprir pena do mensalão.
Em razão disso, a defesa afirmou que não houve falta grave e reiterou o pedido
de perdão da pena. No parecer, Janot também afirmou que continuava considerando
que ocorreu falta disciplinar de natureza grave durante o cumprimento da pena do
mensalão porque Dirceu foi condenado em definitivo em outubro de 2013 em uma das
penas e o juiz entendeu que houve lavagem até o mês de novembro. Para o
procurador, no entanto, isso não impedia a concessão do indulto porque a lei
prevê que a falta grave deve ter sido cometida em até um ano antes do decreto
publicado com o indulto.
Segundo Janot, Dirceu preenchia os requisitos previstos na lei
que autorizou o perdão das penas porque ele era réu primário e cumpriu um quarto
da punição a que foi condenado. "Ante o exposto, o procurador-geral da República
manifesta-se pelo reconhecimento do indulto ao sentenciado, com a consequente
declaração de extinção da punibilidade", disse Janot em junho. No mensalão,
Dirceu foi preso no fim de 2013 para cumprir pena de sete anos e onze meses de
prisão por corrupção ativa – foi considerado chefe do esquema de compra de apoio
parlamentar nos primeiros anos do governo Luiz Inácio Lula da Silva. José Dirceu
ficou cerca de um ano no regime semiaberto, quando é possível deixar o presídio
durante o dia para trabalhar. Ele estava em prisão domiciliar, no regime aberto,
quando foi novamente detido, agora na Lava Jato, em agosto do ano passado.
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