
Homem carrega mulher ao atravessar rio durante a passagem do furacão Matthew no Haiti - 05/10/2016 (Hector Retamal/AFP)
O Haiti começou a enterrar mortos em valas comuns após a passagem do furacão
Matthew, disse uma autoridade do governo no domingo, à medida que a cólera se
espalhou por áreas devastadas e o número de mortos pelo desastre passou de mil
pessoas. O poderoso furacão, a tempestade mais forte no Caribe em quase uma década,
chegou ao Haiti com ventos de 233 quilômetros por hora e chuvas torrenciais que
deixaram 1,4 milhão de pessoas com necessidade de ajuda humanitária, informou o
Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários.
O sul do país, a zona mais afetada, tem uma população de 1,3 milhão de
habitantes, com uma taxa de pobreza de entre 60% e 70%. Imagens aéreas mostram
uma paisagem devastada, com casas destruídas, árvores arrancadas e muita lama
por toda parte. Em algumas regiões, até 80% das lavouras foram arrasadas, e
espera-se que as pessoas abandonem as zonas rurais em direção às cidades,
piorando a situação nos bairros marginais de cidades como Porto Príncipe.

Rua fica inundada após passagem do furacão Matthew em Charleston, no estado americano da Carolina do Sul - 09/10/2016 (Brian Blanco/Getty Images)
Ajuda internacional — As promessas de ajuda se
multiplicavam. Os Estados Unidos anunciaram o envio do navio USS Mesa Verde com
300 homens especializados em emergências médicas, assistência e reconstrução, e
três helicópteros, que se somarão a uma equipe de 250 pessoas e nove
helicópteros já prontos para ser mobilizados no Haiti.
Neste sábado, um avião fretado pelos Estados Unidos levou a
primeira parte de um pacote de ajuda de mais de 480 toneladas. A França anunciou
o envio de 60 oficiais com 32 toneladas de ajuda humanitária e equipamentos para
purificação da água, enquanto a Venezuela, que sofre uma severa crise de
desabastecimento, enviou três cargas de ajuda e alimentos. O grupo de caridade
International Relief Teams, com sede na Califórnia, disse que doou 7 milhões de
dólares em itens médicos.
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