
NA PAREDE - Temer: depois de cinco meses de governo, o presidente finalmente posou para a foto oficial (Orlando Brito/VEJA)
O processo que pode levar à cassação do mandato do presidente
Michel Temer já tem 15 000 páginas e reuniu evidências que não deixam margem a
dúvida: dinheiro sujo, oriundo de múltiplos esquemas de corrupção, foi usado
para reeleger Dilma Rousseff (PT). Parte dessas transações já foi amplamente
mapeada pela Lava Jato. A outra parte vai complicar a situação do peemedebista
no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que julgará ação que pede a cassação da
chapa. O relator, ministro Herman Benjamin, decidiu requerer ao Supremo Tribunal
Federal (STF) cópias dos depoimentos dos executivos da Odebrecht tão logo suas
delações sejam homologadas.
Pelo que já foi revelado, sabe-se que a empreiteira,
além de comprometer Dilma e os petistas, relatou ter feito doações clandestinas
ao PMDB, a pedido de Temer. Os dois partidos, portanto, teriam se beneficiado
fraternalmente do mesmo dinheiro ilegal, alcançado os mesmos benefícios e
praticado os mesmos crimes eleitorais. O conjunto das evidências de
irregularidades ganhou um potente anexo na semana passada. Em relatório ao TSE,
a Polícia Federal disse que parte dos valores desembolsados a gráficas pela
chapa não resultou na prestação de nenhum tipo de serviço. O dinheiro teria sido
desviado para pessoas físicas e jurídicas “em benefício próprio ou de
terceiros”.
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