
O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles (Ruben Sprich/Reuters)
O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles,
depôs nesta sexta-feira como testemunha de defesa arrolada pelo
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Presidente do Banco
Central durante os dois mandatos do petista, Meirelles falou ao juiz federal
Sergio Moro, por meio de videoconferência, que não teve
conhecimento de “práticas indevidas” de Lula durante o período em que integrou
seu governo. “Minha relação com o presidente Lula era totalmente focada em
assuntos relativos ao Banco Central e à política econômica e nessa interação eu
nunca vi ou presenciei nada que pudesse ser identificado como algo ilícito”,
disse o ministro quando questionado pelo advogado do ex-presidente, Cristiano
Zanin Martins.
A oitiva de Henrique Meirelles durou 14 minutos e se deu na
ação penal em que Lula é réu pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de
dinheiro por supostamente ter recebido um tríplex da OAS no Guarujá (SP), além
de manutenção e custeio de seu acervo presidencial pela empreiteira. Ao apresentarem a denúncia contra Lula, em setembro do ano
passado, os procuradores do Ministério Público Federal afirmaram que ele tinha
como estratégia de perpetuação no poder a compra de apoio político no Congresso
e era o “comandante máximo” do esquema de
corrupção na Petrobras. Zanin Martins perguntou ao ministro se ele teria conhecimento
da prática de compra de votos de parlamentares atribuída a Lula. “Não, não tive
conhecimento, inclusive porque minhas presenças no Congresso diziam respeito
exclusivamente ao Banco Central”, afirmou.
‘Propaganda política’ do governo Lula
Ao final do depoimento, o Moro indeferiu uma questão do
advogado, que indagava o ministro se o governo de Lula “trouxe benefícios ao
país” ou se foi “um governo que tenha buscado benefícios pessoais aos
governantes e pessoas do alto escalão do governo”. “Vou indeferir essa pergunta, doutor, não é uma pergunta
apropriada, perguntando a opinião da testemunha. Ela responde sobre fatos,
apenas. A impressão é que a defesa está fazendo propaganda política do governo
anterior, não é apropriado, aqui existe um objeto de acusação bem delimitado”,
justificou o magistrado.
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