O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto
Barroso, suspendeu a aplicação integral da Lei do Estado de Alagoas, que versa
sobre a mordaça aos trabalhadores em educação. Em nível nacional, a iniciativa
recebe denominações que disfarçam seu caráter ditatorial como: “Escola Sem
Partido”, “Escola Livre”, entre outras. Para a coordenadora geral do Sinte-RN, Fátima Cardoso, a
vitória precisa ser comemorada em cada sala de aula e órgãos centrais da
educação como um fato histórico. “Nesse momento em que vivemos um estado de
exceção no Brasil, uma conquista no Poder Judiciário tem duplo sabor de
vitória”, comemora.
Em seu site a CNTE informou que ainda não teve acesso ao voto
do ministro relator, porém as ADIs 5537 e 5580 versam sobre a mitigação dos
preceitos constitucionais que garantem a liberdade de ensinar e divulgar o
pensamento, a arte e o saber, a gestão democrática do ensino e a liberdade de
docência. Esses princípios, no entanto, são contrapostos pela Lei da Mordaça,
que exige neutralidade política, ideológica e religiosa dos/as educadores/as,
fato totalmente incompatível com o princípio da formação escolar humanística e
cidadã, pautada na amplitude do conhecimento, na reflexão e no debate de
opiniões. Ainda que a decisão do STF abarque uma lei estadual, ela é
importante para criar jurisprudência sobre a matéria que também tramita no
Congresso Nacional, em Comissão Especial na Câmara dos Deputados sobre o PL
7.180.
Sobre a referida Comissão Especial, a CNTE aproveita para
denunciar as atitudes grotescas e as posições desqualificadas dos parlamentares
que defendem a Lei da Mordaça na Câmara, incapazes de ouvir opiniões divergentes
sem agredir seus interlocutores. A CNTE, a UBES, o reitor do Colégio Pedro II/RJ
e mesmo o representante do Todos pela Educação, que se posicionaram contra a Lei
da Mordaça em audiências públicas na Comissão Especial, foram sistematicamente
agredidos por deputados e seus auxiliares durante e depois das audiências. Prova
de que essa gente não tem o mínimo interesse em qualificar o debate educacional,
pelo contrário, querem doutrinar os estudantes pelo viés minimalista.
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