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Por Phelipe Caldas, João Pessoa
Morreu Adelino. Morreu o maior ídolo da história do Treze.
Morreu o Leão do Galo, como ele era mais conhecido pelos torcedores do clube
alvinegro. Morreu o atacante que igualou um dos feitos mais incríveis de Pelé.
Que talvez fosse pouco conhecido Brasil afora. Mas que teve boas passagens pelo
Sampaio Corrêa, por exemplo. E que foi tratado durante a década de 1970 como um
gênio em Campina Grande, na Paraíba, mais precisamente pelo lado trezeano da
cidade.
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Adelino recebe homenagem pelo seu feito mais marcante: oito gols num mesmo jogo (Foto: Reprodução / Treze Futebol Clube: 80 Anos de História)
Dos feitos conquistados por ele, o mais impressionante, o mais
marcante, o mais comentado, o mais difundido nas esquinas de Campina Grande e no
papo de boteco sobre futebol, aconteceu em 12 de abril de 1979. E tantos anos
depois, já tem ares de lenda, de causo, de história fantástica. Mas o caso é
real.
Era uma quinta-feira. O jogo era válido pelo Campeonato
Paraibano daquele ano. E o Treze entrava em campo no Estádio Amigão para
enfrentar o Nacional de Cabedelo. Seria um dos maiores passeios do futebol
paraibano. Uma das maiores apresentações. Um dos mais espetaculares desempenhos
individuais de um atleta. O Galo venceria por incríveis 13 a 0. E Adelino
marcaria oito dos gols. Um feito que só ele e Pelé têm.
Era natural de Mossoró, no Rio Grande do Norte. Jogou em clubes
do Maranhão, como o Sampaio Corrêa. Mas se apaixonou mesmo pelo Treze e por
Campina Grande. Foram três passagens pelo clube, e entre idas e vindas foram 11
anos de Galo. A primeira passagem em 1969 e a última entre 1975 e 1980. Ao longo
desses anos, marcou 151 gols, sendo até hoje o segundo maior artilheiro do
Treze. E contra o arquirrival Campinense, marcou 16 gols. É o artilheiro galista
do Clássico dos Maiorais.
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Foto do último gol de Adelino pelo Treze, marcado em 7 de maio de 1980 (Foto: Reprodução / Treze Futebol Clube: 80 Anos de História)
Era de um tempo mais romântico do futebol, em que levava a
sério o amor à camisa. No período em que esteve em atividade, foi algumas vezes
convidado para jogar pelo Campinense. Mas sempre recusou. Costumava dizer que
era jogador e torcedor do Treze, que gostava de sua torcida e jamais a
desrespeitaria.
Assim foi, mesmo depois de se aposentar. Fixou residência em
Campina Grande, passou a frequentar os jogos do Galo no Amigão e no Presidente
Vargas. Tornou-se cidadão campinense em 2007, ao receber título pela Câmara
Municipal de Campina Grande. E na cidade ficou até sua morte, que ocorreu por
volta das 5h desta quarta-feira, aos 68 anos, no Hospital de Trauma Dom Luiz
Gonzaga Fernandes. Ele foi vítima de uma infecção provocada por uma úlcera e não
resistiu a uma cirurgia de emergência.
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