Gilson Neudo Soares do Amaral, ex-pastor evangélico
(Foto: Rosivan Amaral)
O Tribunal de Justiça do Rio
Grande do Norte marcou para o dia 5 de julho, em Natal, o julgamento do
ex-pastor evangélico Gilson Neudo Soares do Amaral, um dos acusados de planejar
o assassinato do radialista Francisco Gomes de Medeiros, mais conhecido como
'F. Gomes'.
O crime aconteceu em 18 de outubro de 2010, em Caicó.
O júri popular, antes marcado para ser realizado em Caicó, mudou de data e local após o juiz acatar pedido de desaforamento. A decisão de mudar o júri de
Caicó para Natal ocorreu à unanimidade de votos e em concordância com parecer
do Ministério Público. No pedido, a defesa do ex-pastor alegou, dentre outros
pontos, que “há fundadas dúvidas sobre a imparcialidade do júri, diante do
clamor popular e da repercussão social que teve o homicídio de F. Gomes”. Atualmente, Gilson Neudo está
preso em Caicó. Não pela morte de F. Gomes, mas pela suspeita de tráfico de
drogas.
Quarto
adiamento
Gilson Neudo deveria ter sido
julgado no dia 16 de março de 2016, mas o procedimento foi reagendado porque a
defesa dele avisou que não poderia comparecer. Em abril, o júri foi novamente
adiado no dia em que foi marcado porque o réu desconstituiu, em plenário, o
advogado de defesa, Lucas Cavalcante de Lima. O fato obrigou o juiz Luiz Cândido
Vilaça a decidir pelo adiamento. Agora, em razão do desaforamento, o júri que
estava agendado para o dia 16 de novembro do ano passado foi remarcado para o
próximo dia 5 de julho.
O
crime
Francisco Gomes de Medeiros,
tinha 46 anos e trabalhava na rádio Caicó AM. Ele foi assassinado na noite de
18 de outubro de 2010, deixando mulher e três filhos. F. Gomes foi atingido por
três tiros de revólver na calçada de casa, na rua Professor Viana, no bairro
Paraíba, em Caicó. Vizinhos ainda o socorreram ao hospital da cidade, mas o
radialista não resistiu aos ferimentos.
Consórcio
Segundo o Ministério Público,
os acusados de participação na morte de F. Gomes fazem parte de um 'consórcio
de pessoas' que se uniram com um propósito: eliminar o comunicador. Inicialmente
foram denunciados o mototaxista João Francisco dos Santos, mais conhecido como
'Dão', o comerciante Lailson Lopes, o ex-pastor Gilson Neudo, o advogado
Rivaldo Dantas de Farias, o tenente-coronel da PM Marcos Antônio de Jesus
Moreira e o soldado da PM Evandro Medeiros.
O mototaxista Dão, o
assassino confesso, admitiu ter puxado o gatilho. Como autor material do crime,
ele foi condenado a 27 de prisão em regime fechado. A defesa dele não recorreu
da decisão. O julgamento aconteceu no dia 6 de agosto de 2013. Ele cumpre pena
no Presídio Federal de Mossoró, na região Oeste do estado. O comerciante Lailson Lopes,
mais conhecido como 'Gordo da Rodoviária', deveria ir a julgamento no dia 21 de
junho deste ano, mas a defesa dele também pediu desaforamento – fato já
apreciado e aceito pela Justiça. Assim, o júri também vai ocorrer em Natal, mas
em data ainda a ser confirmada. Lailson já sentou no banco
dos réus pela morte do radialista, mas o júri acabou anulado. Foi no dia 12 de
abril de 2014, quando o comerciante foi condenado a 14 anos de prisão. Contudo,
o MP recorreu da sentença com o objetivo de que a pena fosse aumentada.
Os
desembargadores então entenderam que, na verdade, deveria ocorrer outra sessão
de júri, o que foi determinado. Assim, o júri acabou anulado. Atualmente, o
‘Gordo da Rodoviária’ aguarda o novo júri em liberdade.
Já o advogado Rivaldo Dantas
de Farias, também denunciado como mandante do crime, foi igualmente sentenciado
a ir para o banco dos réus, mas aguarda em liberdade a Justiça definir uma data
para o júri popular. Quanto ao tenente-coronel
Moreira e o soldado Evandro, eles não foram pronunciados e, consequentemente,
acabaram excluídos do processo. Ou seja, não são mais acusados de participação
no crime.
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