
A Polícia Federal prendeu
na manhã desta quarta-feira o empresário Wesley Batista, um
dos donos da JBS.
A ordem foi expedida pela Justiça Federal de São Paulo.
Joesley Batista –
já detido desde o último domingo por decisão do ministro Edson Fachin, do
Supremo Tribunal Federal (STF) – também é alvo da ação, com mais um mandado de
prisão. As
prisões decorrem de investigação aberta pela PF em São Paulo para apurar se os
donos da JBS se aproveitaram da própria delação premiada, negociada com a
Procuradoria-Geral da República, para ganhar dinheiro no mercado financeiro. No pedido
de prisão, os investigadores sustentam haver fartas provas de que Joesley e
Wesley, sabendo do potencial explosivo do acordo de delação e de seus efeitos
no mercado, agiram pessoalmente negociando ações do grupo e contratos futuros
de dólares.
Também
são investigados na operação deflagrada nesta manhã o diretor jurídico da JBS,
Francisco de Assis e Silva, a advogada Fernanda Tórtima, contratada pela
empresa, e o ex-procurador da República Marcello Miller, que integrou o grupo
de trabalho montado para auxiliar o procurador-geral da República, Rodrigo
Janot, na Lava-Jato. Durante a
apuração sobre uso de informação privilegiada pelos donos da JBS, os policiais
colheram indícios de que os irmãos Batista cooptaram Marcello Miller quando ele
ainda integrava o Ministério Público Federal. Pela parceria, Miller e os irmãos
Joesley e Wesley Batista são investigados pelo crime de corrupção. A operação foi batizada de Tendão de Aquiles
Defesa
O advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, o
Kakay, emitiu uma nota na qual diz que os irmãos Batista poderiam ter feito um
anexo no acordo de colaboração premiada firmado com o MPF sobre a investigação
que resultou na prisão de Wesley nesta quarta-feira, mas que não o fez porque
“não há crime algum”.
Veja a íntegra da nota:
“Os irmãos Wesley e Joesley Batista fizeram delação
e entregaram centenas de documentos, assumiram inúmeros crimes e tiveram, na
análise do procurador-Geral da República, o benefício da imunidade total, pois
a efetividade da delação foi considerada absolutamente perfeita.
É claro que poderiam ter feito um anexo na delação
sobre esta investigação que resultou na prisão, sobre suposto uso de informação
privilegiada. Se existisse qualquer irregularidade, eles teriam acrescentado um
anexo, o que levaria à imunidade completa também sobre este fato. Parece óbvio
que não fizeram porque não há crime algum. Poderiam ter evitado a investigação
e estariam hoje sob o manto da imunidade. Mas confiaram no estado; afinal de
contas, estavam tratando com o Ministério Público Federal.
A prisão surpreende e causa indignação, pois é
absolutamente desnecessária. Eles sempre se colocaram à disposição do MPF e do
Judiciário. Se existisse qualquer hipótese de ” insider trading”, eles
certamente teriam incluído os fatos na delação para obterem a imunidade. A
defesa segue confiando no Judiciário.”
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