
A permanência de um quadro de fracas chuvas até a
semana que vem, como as observadas até agora em outubro, deve levar o País a
enfrentar mais uma vez a bandeira vermelha patamar dois, que adiciona R$ 3,50
à conta de luz a
cada 100 quilowatt-hora (KWh) consumidos. “A continuar com o mesmo desenho que temos até
agora, aponta para a manutenção da bandeira vermelha patamar dois”, disse nesta
sexta-feira, 20, o diretor geral da Agência Nacional de Energia Elétrica
(Aneel), Romeu Rufino, a jornalistas, após participar de evento em São Paulo. Ele
comentou que o cenário hidrológico do País permanece desfavorável e em outubro
se observou o atraso do início do período úmido nas regiões Sudeste,
Centro-Oeste e Nordeste, com o registro de chuvas abaixo da média histórica, o
que não permitiu qualquer melhora nas condições de armazenamento dos
reservatórios.
“A expectativa é que novembro possa finalmente o período úmido
entrar na normalidade”, disse. Ainda
assim, ele salientou que como os preços que determinam o acionamento das
bandeiras é volátil, se houver um volume de chuva importante nos próximos dias,
o modelo considera essa precipitação e reproduz para frente, ainda que o
cenário não seja verdadeiro, o que pode influenciar na definição da bandeira de
novembro. Essa
influência de chuvas não esperadas na formação dos preços e na definição das
bandeiras mensais vem desagradando o setor e Rufino salientou que na semana que
vem a Aneel deve abrir uma audiência pública para reavaliar a metodologia de
acionamento das bandeiras.
Atualmente a metodologia considera o valor do
Custo Marginal de Operação (CMO) para o próximo mês, mas o diretor da Aneel
considera que esse valor é muito volátil e defende que além desse preço também
seja considerado o nível de armazenamento. “É o que mais importa, olhando para
o futuro, qual é de fato a condição de atendimento da carga.” Segundo
ele, isso poderia evitar uma bandeira verde como a observada em meados do ano,
quando já se esperava uma hidrologia desfavorável durante o período seco e um
forte consumo dos reservatórios. A nova metodologia, disse ele, deve entrar em
vigor no ano que vem.
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