
O ministro da Educação, Mendonça Filho, entregou, nesta terça-feira, 3,
ao Conselho Nacional de Educação (CNE), a etapa da Base Nacional Comum
Curricular (BNCC) referente ao Ensino Médio, para discussão junto à sociedade
no âmbito do CNE. O documento vai permitir a implementação da Reforma do Ensino
Médio, que tem como ponto central a flexibilização dos currículos. Após
discutido e aprovado, o documento vai nortear os currículos dessa etapa escolar
e também servirá como referência para a formação dos professores do ensino
médio, para os livros didáticos e, futuramente, para as avaliações.
Mendonça Filho destacou que o Brasil terá a oportunidade de desenvolver
currículos nos estados e nas escolas. “A entrega da BNCC do Ensino Médio é mais
uma etapa que concluímos de acordo com o Plano Nacional de Educação e atendendo
à própria Constituição Federal, uma mudança de parâmetro importante para a
educação do país”, afirmou. O documento assegura que todas as escolas do país, sejam públicas ou
privadas, desenvolvam com seus alunos as mesmas habilidades e competências
essenciais, garantindo uma educação de qualidade para todos. Mas a base não é
currículo. Ela estabelece o ponto aonde se quer chegar, enquanto os currículos
– que são de responsabilidade das redes de educação e das escolas – determinam
como atingir esses objetivos. O ministro ressaltou a valorização da formação integral dos estudantes
pela BNCC, que levará a educação brasileira a um patamar de qualidade mais
próximo dos países desenvolvidos, e defendeu a continuidade dos debates sobre a
base. “O desafio, do ponto vista de mudanças estruturais na educação do Brasil,
é gigante. Mas temos consciência de que esta é uma agenda que suplanta e supera
qualquer divergência política, ideológica ou partidária, é uma agenda de estado
que envolve a todos”, pontuou.
A etapa da base que diz respeito à educação infantil e ao ensino
fundamental foi homologada pelo ministro, em dezembro de 2017, e já é uma norma
para as redes e escolas de todo o país. A etapa do ensino médio será agora
levada à consulta pública pelo CNE antes de ser submetida à avaliação dos
conselheiros. A secretária executiva do MEC, Maria Helena Guimarães de Castro,
apresentou dados sobre as fases da BNCC e, lembrando as reuniões com
professores, técnicos de secretarias estaduais de educação e especialistas em
políticas públicas educacionais, sobre as habilidades e competências tratadas
na base, enfatizou as inovações do documento. “A BNCC tem duas grandes
inovações. Em primeiro lugar, um currículo para creche, de 0 a 3 três anos. No
caso do ensino médio, a grande inovação foi dada pela reforma, que admitiu a
flexibilização curricular”, declarou.

Flexibilização – A organização da BNCC do Ensino Médio por área do
conhecimento atendeu a uma solicitação dos secretários estaduais de educação e
a recomendações de especialistas. O documento está em linha com a reforma dessa
etapa escolar aprovada pelo Congresso e sancionada pelo presidente Michel
Temer, em fevereiro de 2017.
A nova lei flexibilizou a estrutura curricular do ensino médio, ao mesmo
tempo em que determinou o aumento da sua carga horária de 2,4 mil horas (o
equivalente a quatro horas de aula por dia, em média) para 3 mil horas (o
equivalente a cinco horas diárias, em média). Com as mudanças, o modelo
brasileiro para o ensino médio se aproxima daqueles adotados nos países que são
referência de educação no mundo. Os alunos devem cobrir toda a BNCC em, no
máximo, 1,8 mil horas. O tempo restante deve ser dedicado ao aprofundamento no
itinerário formativo de escolha do estudante.
Para essa etapa eletiva, as escolas podem oferecer itinerários formativos
de cada uma das áreas do conhecimento ou então que combinem conteúdos de
diferentes áreas (como STEM, sigla em inglês referente a ciências, tecnologia,
engenharia e matemática) ou mesmo itinerários formativos focados em algum
aspecto específico de uma área como música ou filosofia. Os alunos poderão,
ainda, optar por uma formação técnico-profissionalizante, que agora poderá ser
cursada dentro da carga horária regular do ensino médio. O presidente do CNE, Eduardo Deschamps, considerou a base do ensino médio
um marco. “O encaminhamento por parte do MEC da Base Nacional Comum Curricular
é, no meu entendimento, como conselheiro desta casa e como presidente do CNE, e
também como secretário de estado de Educação de Santa Catarina, um marco para a
educação brasileira. Esse documento vai servir de referência para que cada uma
das redes e cada um dos sistemas possa elaborar seus currículos.”
*Conheça a proposta encaminhada ao CNE.
Assessoria de Comunicação Social
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