
O clima está pesado nestes dias na Assembleia
Legislativa do Rio Grande do Norte depois do pedido de alguns deputados
estaduais para que a Casa acelere a tramitação da análise da prestação de
contas de 2016 do governador Robinson Faria, que tem parecer favorável pela sua
rejeição aprovado pelo Tribunal de Contas do Estado. Para se ter uma ideia do
clima, nesta quarta-feira, 18, o deputado estadual Nelter Queiroz, do MDB, se
pronunciou no plenário da Assembleia e chamou a cobrança de “ridícula” por
estar motivada na liberação de emendas. “A tradição da Assembleia Legislativa sempre foi
votar aprovando as contas de todos os governadores. O TCE é político, de
indicação de política. Tive essa posição e não vou abrir mão. O que está por
trás disso aí é alguma safadeza de alguns deputados, que inclusive colocaram o
nome no documento pedido a liberação de emenda e depois solicitaram a retirada
em troca de liberação de emendas. Isso é uma coisa ridícula”, repetiu o
deputado Nelter em contato com o Agora RN, nesta quinta, 19.
Inicialmente, o pedido de celeridade na tramitação
da matéria (a Assembleia teria 90 dias para votar o parecer) foi feito por meio
de requerimento proposto pelo deputado estadual Gustavo Fernandes (PSDB) e
assinado também pelo deputado George Soares (PR). Procurado, Soares afirmou via
assessoria de imprensa que ainda está se “aprofundando” sobre o tema. Fernandes
falou sobre o assunto e não escondeu a importância eleitoral que o assunto tem
e que, por isso, precisaria ser votado o quanto antes na Casa. “Nós temos a missão de analisar esse relatório e
colocar em votação o mais rápido possível para que seja apreciado, visto que o
atual governador é pré-candidato ao Governo do Estado”, afirmou Fernandes,
acrescentando que a rejeição das contas do governador pode torná-lo inelegível
por oito anos. E para que esse parecer seja desconsiderado, o governador
precisaria ter 16 votos favoráveis a ele – e contra a análise do Tribunal.
O líder do governo na Assembleia, deputado estadual
Dison Lisboa (PSD) também se manifestou sobre o caso. Colocando “panos quentes”
no clima, Lisboa preferiu dizer que não acredita que, apesar do caráter
eleitoral levantado pelo próprio Gustavo Fernandes, a pressa na votação seja
baseada em alguma suposta manobra para tirar o governador da disputa – ou mesmo
forçar o Governo a liberar emendas, como denunciado por Nelter. “Não acredito nisso. Não quero crer que um deputado
estadual esteja querendo barganhar emenda ou até mesmo sendo instrumento de
alguém ou de algum interesse partidário para forçar uma situação adversa a
candidatura do governador. Não quero crer que exista isso, que um deputado se
proponha a passar por esse papel”, afirmou Lisboa.Além disso, Dison lembra que, antes de votar as
contas de 2016, a Assembleia legislativa precisa também analisar as contas de
2015 de Robinson e de 2014 da ex-governadora Rosalba Ciarlini. “Que a
Assembleia tem que votar as contas de 2016, não resta dúvida, mas tem que votar
primeiro as que são antes”, explicou.
Nenhum comentário:
Postar um comentário