
Vítimas de chacina em Palmácia, no Ceará, foram amarradas e assassinadas a tiros (Foto: Aline Oliveira/TV Verdes Mares)
Três pessoas foram presas suspeitas de matar
cinco homens na comunidade de Cafundó, no limite entre Palmácia e Maranguape,
na Grande Fortaleza, nesta sexta-feira (13). A polícia não divulgou mais
informações sobre a prisão. Um dos homens foi preso na noite desta sexta. Cinco pessoas foram assassinadas na comunidade
Cafundó durante a madrugada. Os corpos foram achados em um matagal, com as mãos
atadas nas costas e marcas de tiro na cabeça. As vítimas foram
identificadas como Francisco Antônio Pereira de Abreu, 42; José Roniely Costa
Pereira, 25; Antônio Barbosa de Sousa, 56, conhecido como Feitosa; Paulo Sérgio
dos Santos da Silva, 30 (ambos pai e filho), e José Edson Ferreira dos Santos. Segundo a Secretaria de Segurança Pública do
Ceará, Antônio Barbosa tinha um mandado de prisão em aberto por homicídio
qualificado.

Vingança
Crime de vingança é a principal hipótese da
polícia para a motivação da chacina. No entanto, o delegado Joel Morais, da
Delegacia Regional de Baturité, que esteve no local do crime, não descarta
outras linhas de investigação, como rivalidade entre facções ou roubo de gado. “Duas das vítimas são parentes de um indivíduo
que cumpria pena na cadeia pública de Palmácia pelo crime de estupro: Antônio
Augusto dos Santos. Ele estava foragido há algum tempo. Em conversa com
testemunhas locais, possivelmente os indivíduos [criminosos] o
procuravam", diz Morais.
Augusto, seria o "principal alvo"
dos criminosos. Ele fugiu do local. "Essa primeira linha de investigação é
a mais provável até o momento”, explica o delegado. O local onde foram deixados os corpos é de
difícil acesso. Peritos e investigadores tiveram de seguir a pé. Depois de
pouco mais de 1 km de caminhada na subida da serra, o primeiro corpo foi
encontrado, e cerca de 500 metros depois, os outros quatro, com as mãos
amarradas. No local, a polícia também encontrou projéteis de arma de fogo e
armas brancas.
'Polícia, polícia!'
Segundo um dos sobreviventes do crime, o
agricultor Francisco Flávio, ele estava caçando na madrugada com o irmão, José
Edson, e Roniely, duas das vítimas. Ao retornarem para casa, foram
surpreendidos pelos criminosos, que se passaram por policiais. “Nós chegamos umas três horas em casa. Quando
acordamos foi com eles batendo na porta dizendo que era a polícia: polícia,
polícia!. Abrimos e eles mandaram deitar no chão, amarraram a gente e ficaram
perguntando pelos foragidos”, conta o agricultor.
José Amilton é irmão de uma das vítimas:
Francisco Antônio. Segundo ele, o irmão não respondia por nenhum crime. “Não
tem um porquê. Ele não devia nada. Acho que ele tava no canto errado”, comenta. Amilton recebeu a notícia da morte do irmão
mais novo pela mãe, no dia do aniversário. “Infelizmente. A primeira ligação da
minha mãe... pensei que fosse os parabéns, mas foi uma conversa dessa…”,
lamenta.
De acordo com a Secretaria de Segurança
Pública, os suspeitos estavam encapuzados e executaram as vítimas com armas de
fogo e golpes de objetos cortantes. Das cinco vítimas, dois são moradores do
município de Maranguape. A polícia afirma que equipes da Divisão de Homicídios
e da Polícia Militar estão à procura do foragido sobrevivente da chacina.
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