
O presidente
eleito Jair
Bolsonaroafirmou nesta quinta-feira (1º) ter concordado "100%"
com os pedidos do juiz Sérgio
Moro para assumir o Ministério da Justiça, entre os quais
"liberdade total" para combater a corrupção e o crime organizado. Até então
responsável pelos processos da Operação Lava Jato no Paraná, Moro viajou
ao Rio de Janeiro nesta quinta-feira e aceitou o convite de Bolsonaro
para comandar
o Ministério da Justiça e Segurança Pública a partir do ano que vem.
Com isso, Moro deixou
a Lava Jato. "Conversamos
por uns 40 minutos e ele [Moro] expôs o que pretende fazer caso seja ministro e
eu concordei com 100% do que ele propôs. Ele queria uma liberdade total para
combater a corrupção e o crime organizado, e um ministério com poderes para
tal", disse o presidente eleito. Ao conceder
entrevista coletiva na casa dele, no Rio de Janeiro, Bolsonaro disse que não
vai interferir do trabalho do futuro ministro.
Questionado
se Moro será o "xerife" do governo, respondeu: "É um ministério
importante e, inclusive, ficou bem claro em conversa entre nós que qualquer
pessoa que porventura apareça nos noticiários policiais vai ser investigada e
não vai sofrer qualquer interferência por parte da minha pessoa". Além de
Sérgio Moro, Bolsonaro já anunciou os nomes de outros quatro ministros: o
deputado Onyx Lorenzoni (Casa
Civil), o economista Paulo Guedes (Economia),
o general Augusto Heleno (Defesa) e o astronauta Marcos Pontes (Ciência
e Tecnologia). Sérgio Moro
será o ministro da Justiça e Segurança Pública no governo de Bolsonaro
Reforma da
Previdência
Durante a
entrevista desta quinta-feira, Bolsonaro também foi questionado sobre o
andamento da reforma
da Previdência e disse que "aprova" a proposta que vier a
ser aprovada pela Câmara dos Deputados. Enviada em
2016 pelo governo Michel Temer, a reforma chegou a ser aprovada numa comissão
especial da Câmara, em maio de 2017, mas não avançou desde então.
"Se
pudesse dar um passo, que seja. Seria bom. Eu aprovo a reforma que pode ser
aprovada pela Câmara, está certo? Eu quero ver a última versão dela com mais
cuidado, semana que vem eu já vou estar a par dela", afirmou o presidente
eleito. "Eu
tenho falado que a proposta que eu, que o Paulo Guedes quer, é aquela que pode
ser aprovada pela Câmara", acrescentou.
Outros temas
Saiba abaixo
outros temas abordados pelo presidente eleito durante a entrevista no Rio de
Janeiro:
- Ministério do Meio
Ambiente
A ideia
inicial do presidente eleito era fundir
os ministérios da Agricultura e do Meio Ambiente, mas Bolsonaro já disse
estar "pronto" para voltar atrás, "se for o caso". Na entrevista
concedida no Rio de Janeiro, informou que "ruralistas" pediram a ele
para reavaliar a decisão porque, segundo eles, "não é o caso" fundir
as duas pastas. Diante disso,
afirmou que nomeará um ministro do Meio Ambiente cujo perfil não seja
"xiita". "Eu
falei que estou pronto para voltar atrás, se for o caso. Não tenho problema
nenhum. Só que, quem vai indicar um ministro do Meio Ambiente será também o
senhor Jair Bolsonaro. Então, vai ser uma pessoa que não bote ninguém lá por
pressões de ONGs e ter um trabalho xiita no Meio Ambiente", afirmou.
- Embaixada em Jerusalém
Bolsonaro
também comentou a decisão de transferir
a embaixada brasileira em Israel de Tel Aviv para Jerusalém. A
transferência da embaixada é
polêmica porque demonstra que o Brasil reconhece Jerusalém como
capital de Israel. Os palestinos reivindicam Jerusalém Oriental como capital do
futuro Estado. A comunidade internacional não reconhece a reivindicação
israelense de Jerusalém como capital indivisível. "Olha
só, o que eu vejo é que o Palácio do Planalto está estrategicamente muito
próximo da embaixada da Palestina.
E não teria que ter embaixada nenhuma
naquela região", disse Bolsonaro. "Se o
Brasil mudar a capital para o Rio de Janeiro, mudou. Qual é o problema? Os
países viriam para cá com suas embaixadas. Eu não vejo clima pesado em você
transferir a embaixada lá em Israel. Eu não vejo nenhum problema. Não é uma
questão de vida ou morte. Temos todo o respeito com Israel e com o povo
árabe", acrescentou o presidente eleito.
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