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quarta-feira, 28 de novembro de 2018

CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO DA PETROBRAS APROVA VENDA DE 34 CONCESSÕES EM CAMPOS DE PETRÓLEO DO RN

Campos maduros serão vendidos pela Petrobras no Rio Grande do Norte, dentro do programa de desinvestimentos da estatal. — Foto: Ney Douglas
Campos maduros serão vendidos pela Petrobras no Rio Grande do Norte, dentro do programa de desinvestimentos da estatal. — Foto: Ney Douglas
O Conselho de Administração da Petrobras aprovou, nesta terça-feira (27), a cessão da participação da empresa em 34 campos de produção terrestres de petróleo, localizados na Bacia Potiguar, no Rio Grande do Norte. A medida faz parte do programa de desinvestimentos da estatal. O fechamento da transação de US$ 453,1 milhões, com a empresa brasileira 3R Petroleum, está previsto para o dia 7 de dezembro.

Segundo a Petrobras, as 34 concessões são de campos maduros em produção há mais de 40 anos, localizados a cerca de 40 km ao sul de Mossoró, na região Oeste potiguar. Os campos foram reunidos em um único pacote denominado Polo Riacho da Forquilha, cuja produção atual é de cerca de 6 mil barris de petróleo por dia.

Em praticamente todos os 34 campos, a Petrobras conta atualmente com 100% da concessão pública. E exceção são para quatro. Nos de Cardeal e Colibri, a estatal tem participação de 50% e a outra metarde é da empresa Partex, que os opera. Já nos campos Sabiá da Mata e Sabiá Bico-de-Osso a Petrobras tem 70% de participação e a Sonangol é parceira e operadora com 30% de participação. A medida é criticada pelo Sindicato de Petroleiros no estado, que considera que a venda das concessões pode representar a aceleração da extinção da indústria petrolífera no estado.

A transação
O valor da transação é de US$ 453,1 milhões, sendo que 7,5% desse valor (US$ 34 milhões) deverá ser pago na assinatura, prevista para o dia 7 de dezembro. A 3R Petroleum passará a operar os ativos a partir do fechamento da transação, que está sujeita à assinatura dos contratos, ao cumprimento das condições precedentes previstas no contrato de compra e venda, tais como a aprovação da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e eventual direito de preferência.

Segundo a Petrobras, o projeto foi fruto de processo competitivo e faz parte do Programa de Parcerias e Desinvestimentos da Petrobras, alinhado ao Plano de Negócios e Gestão 2018-2022, que prevê a contínua gestão de portfólio, com foco em investimentos em águas profundas no Brasil.

Compradora
A 3R Petroleum é uma empresa brasileira de óleo e gás com atuação focada na América Latina. Essa será a primeira operação da empresa que, segundo comunicado da Petrobras, preenche os requisitos necessários para ser uma Operadora C no Brasil, de acordo aos critérios da ANP.

A empresa tem executivos com experiência em operação de campos maduros e aumento de produção e reservas em países como Venezuela, Argentina, Brasil, Peru, Equador e Bolívia. Conta também, em sua estruturação financeira, com a parceria de empresas globais.

Petroleiros contrariados
O diretor do Sindicato dos Petroleiros (Sindipetro), Pedro Lúcio, conidera que a medida causa preocupação para a categoria e para o estado, uma vez que a Petrobras é responsável por boa parte do Produto Interno Bruto da indústria potiguar. "Já chegou a ser 51%", pontuou. Ele considerou que 50 funcionários da Petrobras, além de 300 outros trabalhadores serão afetados diretamente. "Ao todo, mais de 7 mil pessoas serão afetadas direta e indiretamente", considerou. 

O diretor ainda lembrou que até 2015, a empresa investia cerca de R$ 1,5 bilhão anuais no estado, mas atualmente esse valor é de cerca de 300 milhões, o que já causa um "rastro de desemprego e abandono" na região."A venda danosa para a Petrobras, porque são campos lucrativos, e para o povo potiguar que vai deixar de ter emprego e renda", considerou. Ele ainda considerou que a empresa compradora, que, até então, não tem nenhuma operação no país, passará, a partir da compra, a ser a segunda maior petrolífera no estado. De acordo com Pedro Lúcio, casos como esse, em que novas empresas assumiram operações em campos maduros "levaram a extinção precoce de campos de exploração de petróleo bastante proeminentes na Bahia, em Alagoas e Sergipe e no Espirito Santos. É a antecipação da extinção da indústria petrolífera no estado", declarou.

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