
Votos de Kerinho podem interferir em composição da bancada federal/DINARTE ASSUNÇÃO
A defesa de
Kericlis Ribeiro Alves, o Kerinho, apresentou ao Tribunal Superior Eleitoral,
em 16 de outubro, laudo pericial indicando que todos os documentos necessários
para a sua candidatura foram apresentados em 14 de agosto. Até
aqui, tanto MP como Justiça Eleitorais não têm reconhecido tal afirmação,
razão pela qual Kerinho não teve seus quase 9 mil votos validados, o que pode
tirar a vaga de deputado federal de Fernando Mineiro para Beto Rosado. No laudo assinado por Arnóbio Medeiros, analista de sistema, e que foi
apresentado ao Tribunal Regional Eleitoral, foram feitos dois testes no Candex,
onde se registra o pedido de candidatura.
No primeiro teste, o analista fez cópia de segurança do arquivo que está na
Justiça Eleitoral e depois simulou um novo registro de candidatura,
apresentando todos os documentos necessários para disputar uma eleição. Ele
constatou que os dois arquivos, o que está na Justiça Eleitoral e o que ele fez
como teste, têm exatamente o mesmo tamanho, 1.073.152 bytes. Na sequência, ele fez outro teste omitindo documentos, e constatou que o
tamanho do arquivo é menor do que aquele que consta na Justiça Eleitoral,
concluindo, daí, que é lógico que todos os documentos de Kerinho foram
apresentados.
Além disso, juntou cópia exata do recibo de entrega de arquivos que a Justiça
Eleitoral emitiu em 14 agosto. Nele, se lê que Kerinho apresentou documentos
“contendo os dados biográficos, fotos e documentos constantes dos requerimentos
do registro de candidatura”. O recibo não discrimina exatamente, no entanto, os
documentos apresentados. Ao analisar o arquivo, o desembargador Glauber Rêgo negou a lógica do laudo,
explicando, com base no que foi repassado pelo setor de tecnologia do TRE, que
apenas técnicos da Corte tinham acesso ao conteúdo supostamente periciado. Procurada pela reportagem, a defesa de Kerinho, feita pelo advogado Felipe
Cortez, não retornou até a publicação desta matéria.
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