
O
desembargador do Tribunal Regional do Trabalho no Rio Grande do Norte, Bento
Herculano Duarte Neto, reagiu à notícia veiculada em “O Globo” sobre uma
apuração do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), na qual ele e a
esposa são citados como envolvidos em uma suposta “nomeação casada” com Pablo
Antonio Tatim, que hoje integra a equipe do futuro chefe da Casa Civil, o
deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS).
Bento
Herculano negou haver irregularidade na nomeação da esposa, Raquel Duarte, no
cargo antes ocupado, no MPE, por Tatim, que por sua vez foi para uma vaga no
gabinete do desembargador. O jornal “O
Globo” noticiou que em 5 de maio de 2017, Tatim foi nomeado assessor, em cargo
comissionado do gabinete de Bento Herculano no TRT/21. A exoneração de Tatim,
no Ministério do Trabalho e Emprego, teria ocorrido 14 dias depois e, no mesmo
dia, a esposa de Bento Herculano foi nomeada para a vaga.
Segundo “O
Globo”, a nomeação de Rachel Duarte viola os princípios da administração
pública. Ela foi nomeada por duas vezes no Ministério. “Na primeira acabou
exonerada enquanto estava grávida, o que levou a um pagamento de indenização
até o quinto mês do nascimento do bebê. Dezenove dias
depois do parto, voltou a ser nomeada para outro cargo de confiança, desta vez
de assessora especial do ministro, no lugar e por indicação de Tatim, conforme
fatos narrados no processo administrativo, que informa o não comparecimento
dela ao trabalho. As indenizações devidas à ex-servidora seriam da ordem de R$
99,8 mil”.
Em nota, o
desembargador Bento Herculano disse que a advogada e psicóloga Rachel Duarte
foi escolhida para o cargo “por méritos próprios e sem qualquer relação com o
fato de ser comigo casada, trabalhou no Ministério do Trabalho nos anos de
2016, 2017 e 2018”. Herculano
afirmou que Pablo Tatim, “de currículo invejável, foi servidor de meu gabinete
por poucos meses no ano de 2017/’. Logo, declarou Herculano, “as datas citadas
falam por si sós, porquanto refletem hiatos temporais distintos e dissociados,
não havendo que se falar em nomeação casada”. O
desembargador acrescentou que “ambos trabalharam efetivamente, a minha esposa
inclusive batendo ponto durante o período em que trabalhou em Brasília e
comparecendo diariamente na Superintendência do Trabalho do RN, conforme certidão
por esta expedida, não se tratando de funcionária fantasma”. “Ainda que a
nomeação de minha esposa no Ministério do Trabalho, assim como a do doutor
Pablo no TRT21, não contém qualquer indício de ilegalidade, por menor que
seja”, destacou. “Apenas a minha esposa ocupou um cargo comissionado, a exemplo
de milhares de pessoas, com a peculiaridade de que efetivamente trabalhou”,
acrescentou. Por fim,
Herculano disse lamentar que “o ataque ao doutor Pablo Tatim, enquanto
coordenador da equipe de transição do presidente eleito, Jair Bolsonaro, por
ser favorável à extinção do Ministério do Trabalho, atinja a honra de um
magistrado que há 30 anos tem atuado firmemente em prol da harmonia entre
trabalhadores e empregadores, sempre de forma honrada”.
Fonte: Tribuna do Norte
Nenhum comentário:
Postar um comentário