
Protesto em frente do Palácio do Governo/JOSÉ ALDENIR - AGORA RN
O governo do Rio Grande do Norte ainda não divulgou
o calendário de pagamentos dos salários dos servidores públicos para os meses
de novembro, dezembro e do 13º salário de 2018. A demora para que se publique
as datas da composição da folha dos próximos meses motivou um protesto em
frente ao Palácio do Governo, no Centro Administrativo do Estado, na zona Sul
de Natal. Sem respostas oficiais do poder público, os servidores do Estado não
descartam deflagrar greve geral em dezembro. Servidores de diversas áreas do funcionalismo –
saúde, educação, segurança, tributação e administração indireta – pedem uma
audiência com o governador Robinson Faria (PSD) e o secretário estadual de
planejamento, Gustavo Nogueira, e a chefe do gabinete do Estado, Tatiana Mendes
Cunha. O grupo de servidores tenta agendar uma reunião com os integrantes do
governo há 30 dias. Com faixas, cartazes, bandeiras e o apoio de um carro de
som, pouco mais de 200 agentes públicos participaram do protesto. “Queremos o calendário de pagamento para o fim de
2018, além da quitação da folha de outubro e do 13º de 2017.
O governo não pode
ser tão negligente e não nos dar uma explicação sobre isso. Queremos
respostas”, Janeayre Souto, presidente do Sindicato dos Trabalhadores do
Serviço Público da Administração Direta do Rio Grande do Norte (Sinsp). Em razão da falta de diálogo com o Governo, os
servidores não descartam iniciar uma greve nos próximos dias. “A greve é uma
possibilidade, mas vamos esperar a audiência. Queremos uma resposta o quanto
antes”, reforça Janeayre Souto. A administração direta também reclama o pagamento
dos salários de outubro para cerca de 25% dos funcionários da rede estadual.
Além disso, algo em torno de 5 mil servidores, ainda não recebeu o pagamento do
13º de 2017. O grupo também pede reposição de perdas salariais, em razão dos
contantes atrasos, bem como a revisão dos planos de cargos dos servidores
estaduais. Os auditores fiscais também realizam ato de
protesto, no Centro Administrativo, e reivindicam medidas para pagamento dos
salários em dia. “É inadmissível entrar o quinto mês de salários atrasados. A
arrecadação própria do Estado tem crescido, e nos últimos 30 dias foram R$ 105
milhões a mais. O fisco tem cumprido a sua parte. Não vamos aceitar entrar
com um R$ 1 bilhão em dívidas com os servidores do Estado. Isso é muito ruim
nós, mas será péssimo para economia, pois deixará de gerar riquezas, rendas e
mais impostos para o Rio Grande do Norte”, diz Fernando Freitas, presidente do
Sindicato dos Auditores Fiscais do Rio Grande do Norte (Sindifern).
Fernando Freitas espera entregar uma pauta com
medidas que podem, na visão do Sindifern, facilitar o pagamento dos salários.
“Queremos medidas urgentes do Estado, como priorizar a arrecadação para o
pagamento de pessoal, repassar para as secretarias apenas o montante da folha de
pagamento e repactuar com os outros poderes, de acordo com o Orçamento de 2019,
para que o pagamento do duodécimo seja 10% menor que o que foi pago em 2018”,
delimita. “O que não queremos é que o governo Robinson Faria
deixe este ‘balaio de gato’ para a gente. Queremos uma definição sobre o
pagamento dos salários. O Governo poderia tentar obter parte das sobras do
Judiciário para o pagamento dos salários. Sem negociação, o caminho é a greve”,
afirma Wilma Batista, presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários do Rio
Grande do Norte. O Agora RN tentou ouvir o governador Robinson Faria
e o secretário Gustavo Nogueira, mas, até o momento, não obteve sucesso.
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