
A prioridade
do Ministério da Educação (MEC) será a educação básica, que vai da
educação infantil ao ensino médio, segundo ministro da Educação, Ricardo Vélez
Rodríguez. Ele comprometeu-se a combater a ideologização nas escolas e
disse que dará ênfase ao combate ao analfabetismo. Hoje (2), o
ministro recebeu o posto de Rossieli Soares que, por sua vez, assume a
Secretaria da Educação do Estado de São Paulo, no governo de João Doria. Rodríguez
iniciou o discurso dizendo que o presidente Jair Bolsonaro, a quem chamou de
“bravo capitão” ouviu a população e os anseios por segurança e pelo combate à
corrupção.Também reiterou o combate à "ideologia marxista" nas
escolas, o que tem sido ressaltado pelo próprio Bolsonaro. “Estamos
dando os primeiros passos em uma jornada cujos objetivos são atender os anseios
da nação brasileira.
Trabalharemos intensamente para que, com apoio da família
e sociedade, a educação possa promover a afirmação das nossas crianças, jovens
e adultos, seja para exercer seus direitos como cidadãos, seja para
atuarem em um mercado de trabalho cada vez mais competitivo”, disse Rodríguez. O ministro
garantiu a ampliação e melhoria da educação em creches e pré-escolas, a
melhoria da educação de jovens e adultos, o pleno atendimento a pessoas com
deficiência, a melhoria na gestão das escolas, a busca pela conclusão das
séries na idade certa e inovação com apoio de mídias e tecnologias.
Secretaria
O ministro
extinguiu a Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade
e Inclusão (Secadi) e criou a Secretaria de Modalidades Especializadas de
Educação e Secretaria de Alfabetização. Os nomes dos secretários foram
anunciados hoje (2) na cerimônia de transmissão de cargo.
A Secadi era
responsável por desenvolver ações e programas voltados para educação especial,
educação no campo, educação escolar indígena e quilombola, para as relações
étnico-raciais, em direitos humanos e educação de jovens e adultos. Segundo o
Ministério da Educação, a pasta não deixará de atender aqueles que estavam sob
o guarda-chuva da Secadi, esses grupos terão inclusive maior ênfase nas
secretarias criadas pela atual gestão.
Transmissão
de cargo
Na cerimônia,
o ex-ministro destacou que iniciou “mudanças importantes” e que “muitas estão
nas mãos da nova gestão que se inicia”. Como uma das medidas que precisará ser
continuada, ele citou o novo ensino médio. No governo anterior, foi aprovada a Base Nacional Comum Curricular (BNCC),
que define o que deve ser aprendido nas escolas em todo o país, e a definição
da formação mínima dos professores, que foi enviada ao Conselho Nacional de
Educação (CNE). “Estamos
ombreados para que o Brasil certo. Só tem um lugar que esse país precisa
evoluir e muito, que é na educação, contem comigo”, disse o ex-ministro.
A educação
tem sido destacada pelo próprio presidente Jair Bolsonaro. Pelo Twitter, o
presidente declarou, no dia 31: “Uma das metas para tirarmos o Brasil das
piores posições nos rankings de educação do mundo é combater o lixo marxista
que se instalou nas instituições de ensino. Junto com o Ministro de Educação e
outros envolvidos vamos evoluir em formar cidadãos e não mais militantes
políticos”. Hoje o presidente voltou a publicar a mesma mensagem, agora em
inglês. Ele também falou no discurso de posse ontem (1º) que terá o desafio de
enfrentar a “ideologização de nossas crianças”.
Novo ministro
O ministro é
filósofo e professor emérito da Escola de Comando e Estado Maior do Exército.
Ricardo Vélez Rodríguez nasceu em Bogotá, tem 75 anos, e graduou-se em
Filosofia e Teologia. Veio para o Brasil fazer pós-graduação nos anos 1970,
sempre na área de Filosofia, obtendo o título de mestre e depois de doutor por
universidades do Rio de Janeiro.
Rodríguez é
autor de diversos livros, tendo dedicado sua carreira à docência universitária
e à pesquisa. Chegou a ser Pró-Reitor de Pós-Graduação e Pesquisa da
Universidade de Medellín, entre 1975 e 1978, quando retornou brevemente à
Colômbia. Desde 1979, fixou residência no Brasil e deu aulas em universidades
do Rio de Janeiro, Londrina e Juiz de Fora, tendo participado da criação de
cursos de pós-graduação em Pensamento Político Brasileiro. O ministro faz duras
críticas à esquerda e defende a ampliação das escolas militares.
Nenhum comentário:
Postar um comentário