
O atual e o ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta e Gilberto Occhi, respectivamente, cumprimentam-se na cerimônia de transmissão de cargo - Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
A proposta
para implantação do terceiro turno ainda está em estudo. De acordo com o
ministro, é necessário observar as peculiaridades de cada região do país para
adotar as medidas adequadas. Ele esclareceu que não se deve implementar ações
iguais para todos os locais. “São diferentes ‘Brasis’ . Não adianta uma receita
de bolo para esse país inteiro.” Mandetta disse também que tem um
“compromisso muito grande” com a família, a fé e a pátria. Segundo ele, “cada
centavo” economizado pela pasta em sua gestão irá para a assistência à
população. “A mulher trabalhadora e o homem trabalhador, muitas vezes, saem de
casa antes das 7h e voltam depois das 18h. Ou seja, a unidade básica de saúde,
para eles, fica praticamente inalcançável.” Deputado federal de 2011 a
2018 e ex-secretário de Saúde de Campo Grande, o médico ortopedista teve o nome
confirmado em novembro pelo presidente Jair Bolsonaro.
Primeiros 100
dias
Além da
reestruturação da atenção básica, os primeiros 100 dias da nova gestão na pasta
devem priorizar o atendimento hospitalar, com foco no Rio de Janeiro, onde
há uma rede de responsabilidade da União – seis hospitais federais e três
institutos.“Devemos fazer um choque de gestão nessas unidades, construindo
alguns conceitos coletivos de compra para a redução de custo, dando
transparência ao acesso”, defendeu o ministro.
De acordo com
Mandetta, há ainda planos para enviar profissionais especializados do
Ministério da Saúde para Roraima, estado que registra surto de sarampo há pelo
menos 10 meses. A cepa do vírus que circula na área é a mesma identificada no
surto que assola a Venezuela.“Essa entrada de venezuelanos, desregrada como
foi, trouxe à tona um surto de sarampo em Roraima que se se estendeu à região
amazônica e que está se estendendo pelo país porque a nossa vacinação é muito
baixa.”
Mais Médicos
Mandetta confirmou
que pretende revisar o Programa Mais Médicos e rebateu a afirmação de que
faltam profissionais no Brasil. Segundo ministro, o país conta com
aproximadamente 320 faculdades de medicina e 26 mil médicos graduados em 2018,
com previsão de aumento desse contingente em 10% ao ano até chegar a 35 mil
profissionais formados. “Quem forma essa quantidade toda de profissionais?
Muitos deles endividados pelo Fies [Fundo de Financiamento Estudantil] e muitos
formados em escola pública. Não temos uma proposta ou política de indução para
que eles venham para o sistema público de saúde.”
Médicos
militares
O ministro
ressaltou que a alternativa de usar a mão de obra de médicos militares já
existe – profissionais, quando se formam, precisam se reapresentar ao serviço
militar para fazer a retirada do diploma. Atualmente, segundo ele, cerca de
4.500 médicos são convocados para atuar no militarismo brasileiro.“Se estamos
formando 25 mil, podemos, sim, discutir uma maneira de aumentar, se estiver
faltando. Principalmente nesses locais de difícil provimento é, sim, uma
possibilidade a utilização desses profissionais via Exército Brasileiro.”
Saúde
indígena
O ministro
adiantou planos de mudanças na saúde indígena. Ele lembrou que a Secretaria
Nacional de Saúde Indígena, para operacionalizar o sistema, faz repasses
sistemáticos ao terceiro setor para que organizações não governamentais possam
chegar às populações em questão. “Não nos parece a maneira mais adequada
para controle, nem a maneira adequada de estruturar uma política permanente de
saúde indígena”, disse, ao citar indicadores como elevadas taxas de mortalidade
infantil, de obesidade e de diabetes nas aldeias.
Em seguida,
Mandetta acrescentou: “Não conseguimos, nesses anos todos, trazer uma política
de saúde pública para a população indígena sempre porque partimos do conceito
de que tem que ser tutorado”. "Não temos preconceito algumcom organizações
não governamentais [ONGs]. Mas a maneira como é feito hoje, me parece que há um
repasse de volumes muito altos para uma prestação de contas muito frágil."
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