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Secretário de Tributação de Natal, Ludenilson Lopes. — Foto: Reprodução/Inter TV Cabugi
Os mil maiores devedores da dívida ativa do município de Natal somam mais
de R$ 1,2 bilhão milhões em impostos e taxas que não foram pagas à prefeitura.
Somente os 20 primeiros na lista devem mais de R$ 425 milhões e o líder nessa
classificação é o próprio governo estadual, que soma um débito de R$ 48,5
milhões somente com taxa de lixo. Os valores inscritos na dívida ativa são de impostos e taxas que o
município afirma que deveriam ser pagas, mas não foram e acabaram indo parar na
Justiça, após todas as cobranças administrativas. Segundo o secretário de Tributação do município, Ludenilson Lopes, quando
o assunto é a dívida de órgãos públicos, como o governo, o município está em
busca de acordo para um encontro de contas. As declarações foram feitas em
entrevista ao Bom Dia RN, da Inter TV Cabugi. "Essa taxa (de lixo) é um tributo que é pago anualmente e o Estado
tem muitos imóveis, aqui na capital. Se você não paga o tributo em um ano, no
ano seguinte você vai ter dois, valendo salientar que aquele primeiro já começa
a sofrer os encargos moratórios em decorrência do atraso, juros, multa de mora.
Você vai colocando um sobre outro, rapidamente chega a um montante muito alto.
Tem aquele valor previsto para o ano, aquela taxa que todos nós pagamos, mas se
a gente não paga, rapidamente gera uma bola de neve e o valor fica
astronômico", afirma. Ele ressaltou que os órgãos públicos contam com imunidade tributária
entre si, porém, algumas taxas com contraprestação direta, como é o caso da
taxa de lixo, são cobradas. Por outro lado, o município também tem débitos com
o estado ou empresas ligadas a ele. Por isso é que existe a proposta de acerto
de contas. "Nós já temos um ponta-pé inicial inclusive com a Caern (Companhia
de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte). Estamos levantando algumas dívidas
que o município tenha para com o Estado, ou com algumas das empresas de
economia mista ligadas ao governo do estado, como a Caern, um levantamento de
eventuais contas para fazer um encontro de contas. Acho que isso será uma
experiência, um projeto piloto e talvez já avançar para outras, com o Estado
como um todo. A gente ver o que o município também deve para diminuir esses
passivos recíprocos", explicou.
Em nota, a Procuradoria Geral do Estado informou que está fazendo um
levantamento, já que as dívidas são de gestões passadas, e que será apurado
caso a caso. O Estado segue contestando as dívidas judicialmente. Outro órgão que deve quase R$ 15 milhões, de acordo com Natal é a própria
Urbana - uma companhia que pertence ao próprio município. Nesse caso, porém, o
secretário afirma que existe uma análise jurídica, porque não faz sentido o
município pagar a si mesmo. "O jurídico entende que ela se confunde, na hora das obrigações, com
o próprio município. E aí não teria sentido o município pagar a si próprio.
Essa é uma discussão em que a procuradoria está se aprofundando, até em
decorrência de outras decisões judiciais, em outras esferas, que às vezes
atribui a responsabilidade total ao município por algo relacionado à
Urbana", justifica.
Até times de futebol do estado estão entre os devedores. O principal é o
América, que também deve cerca de R$ 15 milhões, em decorrência de dívidas de
IPTU. Apesar de o clube afirmar que a maior parte dos débitos serem ligados a
um terreno que foi invadido anos atrás na Zona Norte da capital potiguar, o
secretário afirma que há outros débitos, relacionados, por exemplo à sede
social, que não estariam tão grandes se os valores fossem pagos anualmente e
quando o clube vivia melhores momentos. O secretário ainda lembrou que o estado não pode abrir mão da cobrança,
devido à Legislação e ao caráter educativo, pois perdoar as dívidas causaria
injustiça com o cidadão cumpridor do dever, além de desencorajar esses bons
pagadores. Apesar disso, afirmou que o município está aberto à discussão. "Será que o América sempre esteve em crise? Será que não houve um
tempo em que isso poderia ter sido pago, já que é um dos menores tributos que a
gente tem no sistema tributário nacional?", ponderou Ludenilson. A
diretoria do América afirmou que busca uma reunião com o prefeito Álvaro Dias
para tratar do assunto e busca a regularização fundiária da área invadida para
que o valor seja cobrado a quem realmente possui, atualmente, o terreno.
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