
Sede da Procuradoria da República no Rio Grande do Norte
O Ministério Público
Federal (MPF) denunciou, nesta segunda-feira (27), 22 integrantes de
organização criminosa (Orcrim) de tráfico internacional de drogas, ligada à
facção carioca Comando Vermelho, com núcleos de atuação no Acre e no Rio Grande
do Norte. Entre 2017 e 2019, o grupo foi responsável pela comercialização de
mais de 500 kg de cocaína e 120 kg de maconha. De acordo com o MPF, os
réus “se associaram para o fim de praticar, de forma reiterada e profissional o
tráfico ilícito de entorpecentes em âmbito transnacional, com desenvolvimento
de organização criminosa estruturalmente ordenada”. A cocaína era trazida da
Bolívia e entrava no Brasil através do Acre. Já a maconha era levada para a
região Norte, a partir do RN. A Orcrim também executava as tarefas de
transporte, armazenamento, coleta, transformação química e distribuição das
drogas. Parte do grupo é acusada, ainda, de ocultação e simulação dos valores
obtidos com o tráfico.
Segundo a Polícia Federal
(PF), com a “interceptação e realizando diversos cruzamentos de dados, fica
clara a existência de um grupo voltado para o tráfico de drogas que abastece o
estado do Rio Grande do Norte.” Também ficou evidente que a organização buscava
a aquisição ilegal de armas de fogo e que seus integrantes utilizavam
documentos falsos para dificultar a identificação. Os denunciados, com
diferentes funções e graus de participação, devem responder pelos crimes de
tráfico transnacional de entorpecentes, associação para o tráfico, organização
criminosa e lavagem de ativos. O processo tramita na Justiça Federal sob o
número 0800395-02.2020.4.05.8400.
Os réus são: Gilson Limeira
da Silva (“Mossoró”), Alailson Farias da Costa, Alyson David da Silva, Rayane
Karine Araújo dos Santos, José Francisco Leandresson Silva de Almeida, Kennedy
de Oliveira Rodrigues, Raimundo Rosalves Bezerra Filho, Raimundo Nonato Filho
da Silva (“Caboquinho”), Tiago Antônio Novais Almeida, Diogo Souza de Oliveira,
Dorion Maia de Souza (“Doró”), Francisco Cosmo Maia de Souza, Samara Camurça de
Souza, Breno de Araújo Almeida, Daniel Melo da Silva, Alessandro de Souza
Silva, Marcos Antônio Alves da Silva, Antoniomar da Silva Ribeiro
(“Gauchinho”), Edivaldo da Cruz Barbosa (“Jucá”), Rosildo Alves Jenuíno
(“Rossi”), Francisco Diógenes de Almeida (“Chocolate”) e Pedro Bezerra de
Oliveira.
Diálogos
A investigação teve início a partir da apreensão de aparelhos telefônicos na Penitenciária Estadual de Parnamirim/RN, em 2017. A PF passou a monitorar as atividades do grupo. Entre as provas da investigação estão 10 períodos de interceptação telefônica, autorizados pela 2a Vara da Justiça Federal no RN, entre 2017 e 2019. Mesmo com a apreensão de drogas e prisão de integrantes, a organização permaneceu ativa.
A investigação teve início a partir da apreensão de aparelhos telefônicos na Penitenciária Estadual de Parnamirim/RN, em 2017. A PF passou a monitorar as atividades do grupo. Entre as provas da investigação estão 10 períodos de interceptação telefônica, autorizados pela 2a Vara da Justiça Federal no RN, entre 2017 e 2019. Mesmo com a apreensão de drogas e prisão de integrantes, a organização permaneceu ativa.
A PF relatou que “termos
dissimulados como ‘mistura’, ‘branco’, ‘malote’ e por vezes até termos
explícitos como ‘droga’ são constantes usados” pelos investigados. Os diálogos
monitorados revelaram toda a operação criminosa, como a articulação para
aquisição de imóveis e veículos, além dos serviços de adaptação de fundos
falsos e assoalhos para o esconderijo das drogas, chamado de “mocó”. Também foi
possível conhecer a rotina e logística da Orcrim, como a constante troca de
números de telefone, negociações de preços e discussões sobre a “qualidade” das
drogas.
Operação
Em 13 de março de 2018, policiais rodoviários federais apreenderam ônibus pertencente à Orcrim, na BR 364, em Mato Grosso, com quase 245 kg de cocaína embaixo do assoalho. Já em 5 de junho do mesmo ano, o líder do grupo, Gilson Limeira da Silva (conhecido como “Mossoró”) foi preso em flagrante com 10 kg de droga, quatro veículos e cerca de R$ 100 mil em espécie. Ainda assim, a denúncia ressalta que “a facção criminosa continuou atuando e escalou outros agentes para continuar o processo de tráfico internacional de entorpecentes.” Em 29 de junho, a PF monitorou a chegada na Região Metropolitana de Natal de carreta do grupo com 277 kg de cocaína em fundo falso. A droga seria descarregada em um sítio em São José de Mipibu.
Em 13 de março de 2018, policiais rodoviários federais apreenderam ônibus pertencente à Orcrim, na BR 364, em Mato Grosso, com quase 245 kg de cocaína embaixo do assoalho. Já em 5 de junho do mesmo ano, o líder do grupo, Gilson Limeira da Silva (conhecido como “Mossoró”) foi preso em flagrante com 10 kg de droga, quatro veículos e cerca de R$ 100 mil em espécie. Ainda assim, a denúncia ressalta que “a facção criminosa continuou atuando e escalou outros agentes para continuar o processo de tráfico internacional de entorpecentes.” Em 29 de junho, a PF monitorou a chegada na Região Metropolitana de Natal de carreta do grupo com 277 kg de cocaína em fundo falso. A droga seria descarregada em um sítio em São José de Mipibu.
Advogada
Entre os denunciados, está a advogada Rayane Karine Araújo dos Santos. O MPF ressalta que ela “utilizava a sua condição de advogada para servir de ‘menina de recado’ entre membros de facções criminosas, contribuindo para a continuidade das atividades ilícitas (…) não se resumindo a realizar aconselhamento jurídico, o que seria típico da atividade da advocacia.” Ligações interceptadas registraram seu pleno envolvimento com as atividades da Orcrim. Após a prisão do líder, ela passou informações sobre a distribuição do carregamento de droga em trânsito. Rayane também alertou membros sobre as operações da PF, orientando-os a “sumir”.
Entre os denunciados, está a advogada Rayane Karine Araújo dos Santos. O MPF ressalta que ela “utilizava a sua condição de advogada para servir de ‘menina de recado’ entre membros de facções criminosas, contribuindo para a continuidade das atividades ilícitas (…) não se resumindo a realizar aconselhamento jurídico, o que seria típico da atividade da advocacia.” Ligações interceptadas registraram seu pleno envolvimento com as atividades da Orcrim. Após a prisão do líder, ela passou informações sobre a distribuição do carregamento de droga em trânsito. Rayane também alertou membros sobre as operações da PF, orientando-os a “sumir”.
Atuação
O MPF tem competência para atuar em crimes de tráfico de drogas com caráter transnacional e casos conexos, junto à Justiça Federal. Só no último ano, 31 procedimentos sobre o tema foram autuados no RN. De 2015 a 2019, a média é de mais de 28 novos procedimentos por ano. Em dezembro, o MPF já havia apresentado denúncia contra outro grupo criminoso formado por cinco homens, que foram presos em flagrante, em Parnamirim (RN), com mais de uma tonelada de cocaína.
O MPF tem competência para atuar em crimes de tráfico de drogas com caráter transnacional e casos conexos, junto à Justiça Federal. Só no último ano, 31 procedimentos sobre o tema foram autuados no RN. De 2015 a 2019, a média é de mais de 28 novos procedimentos por ano. Em dezembro, o MPF já havia apresentado denúncia contra outro grupo criminoso formado por cinco homens, que foram presos em flagrante, em Parnamirim (RN), com mais de uma tonelada de cocaína.
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