
Guedes em reunião com representantes da Frente Nacional dos Prefeitos. Ministro defende maior poder para estados e municípios decidirem como gastar seus recursos públicos
O Ministério da Economia
afirmou em nota que a comparação feita pelo ministro Paulo Guedes
entre servidores públicos e parasitas se tratava de uma situação específica,
que foi retirada de contexto pela imprensa. Na sexta-feira (7), ao
comentar as reformas administrativas propostas pelo governo, o economista
criticou o reajuste anual dos servidores e afirmou que eles já tem privilégios,
como privilégio a estabilidade no emprego e "aposentadoria generosa". "O hospedeiro está
morrendo, o cara virou um parasita, o dinheiro não chega no povo e ele quer
aumento automático", declarou durante palestra sobre o Pacto Federativo,
na Escola Brasileira de Economia e Finanças da Fundação Getúlio Vargas (FGV EPGE).
O ministério afirmou que
Guedes " lamenta profundamente que sua fala tenha sido retirada de
contexto pela imprensa" e que o episódio desviou a atenção "do que é
realmente importante no momento", que seria a transformação do Estado para
"prestar melhores serviços ao cidadão". A pasta diz também que o
ministro reconheceu "a elevada qualidade do quadro de servidores",
antes de fazer a comparação, que era voltada especificamente para "estados
e municípios que têm o orçamento comprometido com a folha de pagamento".
Defesa da reforma
administrativa
Durante a palestra, Guedes
defendeu que a máquina pública não se sustenta financeiramente por questões
fiscais. Por esse motivo, a carreira do funcionalismo precisa ser revista.
O ministro afirmou que sua
crítica é compartilhada pelos brasileiros. "A população não quer isso
[reajuste automático do funcionalismo público]. 88% da população brasileira é a
favor, inclusive, de demissão no funcionalismo público", disse. Em janeiro deste ano, uma
pesquisa Datafolha indicou que 88% dos entrevistados acreditava que o
funcionário público que não faz um bom serviço deve ser demitido. As
informações são do G1. "Nos Estados Unidos
ficam quatro, cinco anos sem dar reajuste e quando dá todo mundo fica 'oh,
muito obrigado'. Aqui o cara é obrigado a dar [reajuste] porque está carimbado
e ainda leva xingamento, ovo, não pode andar de avião", disse.
Envio das propostas semana
que vem
-Guedes afirmou que as
propostas de reforma administrativa serão enviadas ao Congresso na próxima
semana. Segundo ele, há uma grande expectativa da parte do governo por uma
tramitação rápida. "O clima no Congresso
é extremamente favorável [à reforma administrativa], ao contrário do nosso
clima no ano passado quando nós chegamos com a Reforma da Previdência",
comentou. Já a reforma tributária,
que está sendo elaborada pelo Executivo, "é um pouco mais complexa".
Guedes destacou que ela deverá ser apresentada a um comitê conjunto, formado
entre Câmara e Senado.
*Confira a nota completa
O Ministério da Economia
esclarece que, após reconhecer a elevada qualidade do quadro de servidores, o
ministro Paulo Guedes, analisou situações específicas de estados e municípios
que têm o orçamento comprometido com a folha de pagamento. Durante evento no
Rio de Janeiro, ele falou sobre entes da Federação que estão com despesas acima
do limite prudencial da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). Nessa situação
extrema, não sobram recursos para gastos essenciais em áreas fundamentais como
saúde, educação e saneamento.
O ministro argumentou que o
país não pode mais continuar com políticas antigas de reajustes sistemáticos.
Isso faz com que os recursos dos pagadores de impostos sejam usados para manter
a máquina pública em vez de servir à população: o principal motivo da
existência do serviço público. O ministro defendeu uma reforma administrativa
que corrija distorções sem tirar direitos constitucionais dos atuais
servidores. O ministro lamenta
profundamente que sua fala tenha sido retirada de contexto pela imprensa,
desviando o foco do que é realmente importante no momento: transformar o Estado
brasileiro para prestar melhores serviços ao cidadão.
Nenhum comentário:
Postar um comentário