
O SINTE/RN repudia o congelamento de salário dos/as
servidores/as públicos/as da União, Estados e Municípios, aprovado pelo Senado
Federal no último sábado (02). O congelamento deve durar 18 meses, ou seja, até
dezembro de 2021. Ficarão de fora os profissionais da saúde e segurança. A
medida ainda vai ser analisada pela Câmara Federal. Esse congelamento é mais uma ofensiva contra os
trabalhadores e faz parte da agenda ultraliberal do ministro da economia Paulo
Guedes, endossada por Jair Bolsonaro. Em um momento de pandemia mundial, o
parlamento brasileiro e o Governo Federal atacam os salários dos servidores
públicos. Ao mesmo tempo o Governo estuda socorrer empresas
aéreas, varejistas e de energia com 48 bilhões de reais. A Secretaria Especial
da Receita Federal publicou uma instrução normativa em que reduz de 20% para
15% a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) que se cobra aos bancos,
relativa a 2019. No ano passado, Itaú Unibanco, Bradesco, Banco do Brasil e
Santander tiveram um lucro de R$ 81,5 bilhões, 18% mais que 2018.
Parte da CSLL
é utilizada para financiar a previdência social. Com isso, o Governo deixará de
arrecadar R$ 4,1 bilhões desses bancos. Então por que o servidor público tem
que ser sacrificado? Não há dúvidas de que o Coronavírus tem que ser
combatido e os Estados e Municípios precisam de ajuda financeira. Trabalhadores
estão desempregados e outros tantos se encontram em situação de
vulnerabilidade. Empresas médias e pequenas estão sob o risco de encerrar suas
atividades. Isso significa que todos precisam de ajuda e alguns já receberam ou
estão recebendo. Após a pressão da sociedade, o auxílio emergencial, que é
evidentemente pequeno para as demandas, está sendo liberado para quem está sem
emprego ou é de baixa renda. Linhas de créditos para pequenos empresários estão
sendo ofertadas pelo Governo. Então por que resolveram mirar nos servidores e
congelar salários? Será que não existem outras fontes financeiras onde o
Executivo Federal possa recorrer, como taxar as grandes fortunas, que é algo
previsto na Constituição de 1988?
Lamentamos e denunciamos as posições dos senadores,
em especial as do Partido dos Trabalhadores, que disseram sim a esse
congelamento. Desde 2016 os trabalhadores brasileiros vêm sofrendo ataques. Não
podemos esquecer da Emenda 95, que determinou o congelamento dos investimentos
em saúde, educação e segurança por 20 anos. A terceirização foi ampliada e as
reformas Trabalhista e da Previdência foram aprovadas no parlamento. Por ora, esperamos que essa medida seja revertida
na Câmara Federal. Do contrário, os servidores públicos vão amargar não ter
reajuste até o final de 2021, inclusive os da educação. Isso caracteriza que
quem trabalha no serviço público vai pagar, praticamente sozinho, a conta da
pandemia.
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