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segunda-feira, 10 de agosto de 2020

ADOLESCENTE DE 15 ANOS É O PRIMEIRO CASO DE PACIENTE QUE JÁ PASSOU POR DOIS TRANSPLANTES DE CORAÇÃO NO RJ

O adolescente Matheus Guimarães, de 15 anos, passou por dois transplantes de coração no Rio de Janeiro — Foto: Reprodução/ TV Globo

Matheus Guimarães, de 15 anos, é um adolescente de 15 anos que já teve três corações. Ele passou pelo segundo transplante de coração e segue lutando pela vida. Ele é o primeiro caso de retransplante cardíaco no Estado do Rio de Janeiro. “Foi bem difícil”, resume o adolescente sobre a experiência. As duas cirurgias foram feitas pela equipe do Instituto Nacional de Cardiologia, nas Laranjeiras, na Zona Sul do Rio. O hospital conta com um programa de transplante cardíaco pediátrico há três anos e meio.

A mãe do adolescente disse que, durante todo o período em que o filho esteve internado, a palavra de ordem foi esperança. "Acreditar em Deus primeiramente, pois eu creio que foi Ele que mobilizou a equipe, que capacitou, deu esta força ao Matheus. A gente fala que ele é o nosso guerreiro”, disse Elisângela Guimarães, mãe do adolescente. Mesmo com toda a turbulência pela qual passou, ele não desiste dos sonhos. Ele quer ser desenvolvedor de jogos de computador, trabalhando com programação. Matheus quer fazer faculdade no Canadá.

Equipe realizou transplante no limite de tempo, após superar caos no trânsito causado por tiroteio no Rio — Foto: Reprodução/ TV Globo
Equipe realizou transplante no limite de tempo, após superar caos no trânsito causado por tiroteio no Rio — Foto: Reprodução/ TV Globo

Primeiro transplante
O doador surgiu em fevereiro de 2018, em Curitiba. Um avião da Força Aérea Brasileira foi mobilizado para pegar o órgão mas, quando a equipe médica chegou de volta no Aeroporto do Galeão, o trânsito estava parado por causa de tiroteios. A solução foi levar o coração de helicóptero, passando por cima das áreas de conflito, e descendo no heliporto mais próximo do hospital. O veículo seguiu, a partir daí, com a ajuda de batedores para abrir o trânsito. Um coração que será transplantado deve levar, no máximo, quatro horas para ser transplantado. A equipe médica conseguiu quase no limite deste tempo.

Durante dois anos, tudo ficou bem e Matheus voltou às aulas depois da cirurgia. No começo deste ano, fazendo exames de rotina, os médicos constataram que o primeiro coração transplantado estava com uma pericardite. A membrana que envolve o coração estava ficando rígida e ele precisava passar por uma nova operação. “Ele foi internado. Durante esta internação, ele teve uma parada cardíaca súbita dentro do CTI. Então ele tinha toda a estrutura para poder fazer a reanimação. E a gente começou a reanimá-lo”, contou o médico. Normalmente, uma equipe tenta reanimar um paciente por cerca de 40 minutos. Mas durante duas horas a equipe fez o papel do coração do adolescente. Este foi o tempo necessário para colocar o rapaz em uma máquina chamada ecmo que, mecanicamente, cumpre a função do coração e pulmão fora do corpo. 

O médico acredita que estava no destino de Matheus se recuperar. “Acho que a gente tinha um diálogo espiritual, vamos dizer assim, que em nenhum momento eu pensei em parar e, vamos falar a verdade, parece que no momento tinha luzes ali, iluminando a gente. Era uma energia que dava para sentir que algo de especial estava acontecendo”, disse o médico. Marcelo Gomide, cirurgião-chefe, destaca o profissionalismo da equipe: “Foi ressuscitado com sucesso, sem nenhum déficit neurológico, o que mostra a competência da equipe e a prontidão do atendimento” Matheus precisava de um outro coração, que apareceu no dia seguinte. O segundo transplante aconteceu no dia 17 de fevereiro.

Matheus Guimarães faz sinal de positivo durante o processo de recuperação — Foto: Reprodução/ TV Globo
Matheus Guimarães faz sinal de positivo durante o processo de recuperação — Foto: Reprodução/ TV Globo

Quando a cirurgia terminou, o coração novo não batia.
“Eu fiquei super preocupado, mas sabendo que era uma situação possível no transplante e possível de total recuperação”, destacou o médico. Matheus ficou mais três dias tendo o sangue bombeado pelo aparelho até o coração começar a bater sozinho. Ele saiu da máquina depois de uma semana. No total, foram quatro meses de internação.

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