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Matheus Guimarães, de 15 anos, é um adolescente de 15 anos que já teve três corações. Ele passou pelo segundo transplante de coração e segue lutando pela vida. Ele é o primeiro caso de retransplante cardíaco no Estado do Rio de Janeiro. “Foi bem difícil”, resume o adolescente sobre a experiência. As duas cirurgias foram feitas pela equipe do Instituto Nacional de Cardiologia, nas Laranjeiras, na Zona Sul do Rio. O hospital conta com um programa de transplante cardíaco pediátrico há três anos e meio.
A mãe do adolescente disse que, durante todo o período em que o filho esteve internado, a palavra de ordem foi esperança. "Acreditar em Deus primeiramente, pois eu creio que foi Ele que mobilizou a equipe, que capacitou, deu esta força ao Matheus. A gente fala que ele é o nosso guerreiro”, disse Elisângela Guimarães, mãe do adolescente. Mesmo com toda a turbulência pela qual passou, ele não desiste dos sonhos. Ele quer ser desenvolvedor de jogos de computador, trabalhando com programação. Matheus quer fazer faculdade no Canadá.
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Equipe realizou transplante no limite de tempo, após superar caos no trânsito causado por tiroteio no Rio — Foto: Reprodução/ TV Globo
Primeiro transplante
O doador surgiu em fevereiro
de 2018, em Curitiba. Um avião da Força Aérea Brasileira foi mobilizado para
pegar o órgão mas, quando a equipe médica chegou de volta no Aeroporto do
Galeão, o
trânsito estava parado por causa de tiroteios. A solução foi levar o coração
de helicóptero, passando por cima das áreas de conflito, e descendo no
heliporto mais próximo do hospital. O veículo seguiu, a partir daí, com a ajuda
de batedores para abrir o trânsito. Um coração que será
transplantado deve levar, no máximo, quatro horas para ser transplantado. A
equipe médica conseguiu quase no limite deste tempo.
Durante dois anos, tudo ficou bem e Matheus voltou às aulas depois da cirurgia. No começo deste ano, fazendo exames de rotina, os médicos constataram que o primeiro coração transplantado estava com uma pericardite. A membrana que envolve o coração estava ficando rígida e ele precisava passar por uma nova operação. “Ele foi internado. Durante esta internação, ele teve uma parada cardíaca súbita dentro do CTI. Então ele tinha toda a estrutura para poder fazer a reanimação. E a gente começou a reanimá-lo”, contou o médico. Normalmente, uma equipe tenta reanimar um paciente por cerca de 40 minutos. Mas durante duas horas a equipe fez o papel do coração do adolescente. Este foi o tempo necessário para colocar o rapaz em uma máquina chamada ecmo que, mecanicamente, cumpre a função do coração e pulmão fora do corpo.
O médico acredita que estava no destino de Matheus se recuperar. “Acho que a gente tinha um diálogo espiritual, vamos dizer assim, que em nenhum momento eu pensei em parar e, vamos falar a verdade, parece que no momento tinha luzes ali, iluminando a gente. Era uma energia que dava para sentir que algo de especial estava acontecendo”, disse o médico. Marcelo Gomide, cirurgião-chefe, destaca o profissionalismo da equipe: “Foi ressuscitado com sucesso, sem nenhum déficit neurológico, o que mostra a competência da equipe e a prontidão do atendimento” Matheus precisava de um outro coração, que apareceu no dia seguinte. O segundo transplante aconteceu no dia 17 de fevereiro.
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Matheus Guimarães faz sinal de positivo durante o processo de recuperação — Foto: Reprodução/ TV Globo
Quando a cirurgia terminou, o
coração novo não batia.
“Eu fiquei super preocupado, mas
sabendo que era uma situação possível no transplante e possível de total
recuperação”, destacou o médico. Matheus ficou mais três dias
tendo o sangue bombeado pelo aparelho até o coração começar a bater sozinho.
Ele saiu da máquina depois de uma semana. No total, foram quatro meses de
internação.
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