Oitenta e seis obras
prioritárias foram entregues em 2020 pelo Ministério da Infraestrutura. Segundo
o balanço anual da pasta, divulgado hoje (14), 1.259 quilômetros (km) de
estradas foram construídos ao longo do ano em todo o país, resultando em uma
redução média de 11% no valor do frete agrícola, informou o ministério, tendo
por base estudos da Empresa de Planejamento e Logística (EPL). “Este ano de 2020 foi um ano
extremamente desafiador porque nos deparamos com uma situação inesperada, que
foi a pandemia. Tínhamos a preocupação de manter a logística funcionando, para
que fizéssemos o melhor enfrentamento”, disse o ministro da Infraestrutura,
Tarcísio Gomes de Freitas ao apresentar, via online, o balanço.
Segundo Gomes de Freitas, o Brasil está preparado, do ponto de vista logístico,
para fazer a distribuição de vacinas.
Concessões
Segundo o balanço, o setor aeroportuário foi beneficiado com a ampliação de vários aeroportos. Em especial os de Foz do Iguaçu (PR), Fortaleza (CE) e Campo Grande (MS). Além disso um novo terminal de embarque foi concluído no aeroporto de Navegantes (SC). A pasta acrescenta ter entregue também o Cais de Atalaia no Porto de Vitória (ES), seis portos de pequeno porte na região amazônica, além de ter feito a dragagem do Porto de Rio Grande. O ano de 2020 contabilizará, ao seu final, a concessão de 12 ativos de infraestrutura, entre nove leilões e três inéditas renovações antecipadas. “Nosso foco é o investimento privado”, disse o ministro ao destacar os arrendamentos dos terminais portuários STS14 e STS14a, em Santos (SP) e a renovação antecipada dos contratos das ferrovias Malha Paulista, Vitória-Minas e Carajás. Estão também previstos, ainda para 2020, os leilões de arrendamento dos terminais portuários PAR12 (Paraná), ATU12, ATU18 (Bahia) e MAC10 (Alagoas) – o que deve ocorrer na próxima sexta-feira (18). A expectativa do governo é de que esses empreendimentos resultem em cerca de R$ 31 bilhões em investimentos feitos pelo setor privado.
Pandemia

Em julhos, o Brasil recebeu mais 4 milhões de máscaras para combate ao coronavírus - Divulgação/Ministério Infraestrutura
O Ministério da Infraestrutura destaca, entre as ações realizadas este ano, a participação na operação conjunta federal que trouxe ao país 960 toneladas de máscaras cirúrgicas e N95, para distribuição em todas as unidades federativas. “Durante três meses, 39 voos partiram da China em uma operação inédita de logística que cruzou 11 fusos horários diferentes para chegarem ao destino final”, informou a pasta. “Foi uma vitória silenciosa, mantermos a logística funcionando durante a pandemia. Equipamentos foram transportados do exterior e distribuído”, disse o ministro ao garantir quer "o Brasil está preparado, do ponto de vista logístico, para fazer a distribuição de vacinas". Outro feito destacado no balanço divulgado hoje foi a sanção do novo Código de Trânsito Brasileiro, que entrará em vigor no dia 12 de abril. A expectativa é de que as mudanças simplifiquem e desburocratizem processos, reduzindo custos e investindo em medidas educativas.
BR do Mar
A aprovação pela Câmara dos
Deputados do Protjeto de Lei (PL) 4.199/2020 – que institui o BR do
Mar, programa do governo que busca aumentar a oferta e reduzir custos para a
cabotagem (navegação entre portos do país) – é tida como “uma grande vitória”
para o setor portuário. O projeto ainda está sendo analisado pelo Senado
Federal. Outro destaque apresentado no
balanço do ministério foi a disponibilização da nova placa de identificação
veicular, disponibilizada pelo Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) a
todas unidades federativas. “O modelo atual diminui o custo e traz itens de
segurança mais eficientes, como o QR Code, que possibilita a rastreabilidade,
dificultando a sua clonagem e falsificação”, justifica a pasta.
Previsões para 2021
Para 2021, o Ministério da
Infraestrutura planeja conceder 52 ativos à iniciativa privada. A expectativa é
de que, por meio de concessões, privatizações e renovações, R$ 137,5 bilhões
sejam investidos em infraestrutura no país; e que quase R$ 3 bilhões sejam
obtidos por meio de outorgas. Entre as concessões previstas,
há as de 23 aeroportos; 17 terminais portuários; duas ferrovias (FIOL e
Ferrogrão) e uma renovação antecipada – além de onze lotes de rodovias e da
“desestatização” da Companhia Docas do Espírito Santo (Codesa).
Aeroportos
O governo trabalha com a
previsão de que a sexta rodada de concessões aeroportuária – que abrange 22
aeroportos divididos em três blocos – ocorra em março. Serão nove terminais da
Região Sul, sete da Região Norte e outros seis no Centro-Oeste e Nordeste do
país. “Entre os principais, os
aeroportos estão os de Manaus, Goiânia e Curitiba, que devem ancorar os blocos.
Destaque especial também para o aeroporto de Foz do Iguaçu (PR), que vem
passando por uma série de obras de modernização e ampliação e vai começar a
receber voos internacionais. A cidade é o segundo destino internacional mais
procurado, atrás apenas do Rio de Janeiro”, informa o ministério. Estão também previstas a
relicitação do Aeroporto de São Gonçalo do Amarante/RN e a alienação da
participação da Infraero nos aeroportos de Guarulhos/SP, Brasília/DF, Galeão/RJ
e Confins/MG.
Setor portuário
O governo prepara o arrendamento de mais duas áreas importantes do Porto de Santos: os terminais STS08 e STS08A. A expectativa é de cerca de R$ 1,2 bilhão em investimentos nesses terminais que são voltadas ao armazenamento de granéis líquidos (combustíveis). O leilão está previsto para o primeiro trimestre de 2021, e o vencedor administrará os terminais pelo período de 25 anos. Um “ativo de peso” que deve ir a leilão em 2021 é o da nova concessão da Via Dutra (BR-116), que liga São Paulo e Rio de Janeiro. Segundo o ministério, esse projeto abrangerá também a rodovia Rio-Santos (BR-101). A previsão é de que R$ 14,5 milhões sejam investidos no empreendimento, que será concedido por 30 anos ao novo operador.
Ferrovias
No setor ferroviário, o
destaque do ministério é a concessão do primeiro trecho da Ferrovia Oeste-Leste
(FIOL), que vai ligar Caetité, na Bahia, ao Porto de Ilhéus; e a Ferrogrão,
ligando a produção do norte do Mato Grosso aos portos de Miritituba, no Pará.
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