Carlos Menem, ex-presidente da Argentina e atual senador pela província de La Rioja, morreu neste domingo (14), aos 90 anos. Ele foi a pessoa que mais tempo comandou o país vizinho de forma ininterrupta -- foi presidente de 1989 a 1999, com uma política de privatização e forte abertura às importações que o distanciou da doutrina estatista e industrial histórica de sua força política, o Partido Justicialista. Um outro ramo desse grupo exerce o poder novamente, com Alberto Fernández como presidente.
Saúde debilitada
Ativo na política quase até o
fim da vida, Menem chegou a participar das primeiras reuniões virtuais do
Senado argentino em meio à pandemia do coronavírus. Uma grave pneumonia
diagnosticada em 13 de junho, agravada por seus problemas de diabetes, afetou
seriamente sua saúde nas últimas semanas. Ele esteve internado primeiro no
Instituto Argentino de Diagnóstico (IADT).
Depois foi transferido para o
Sanatório Los Arcos, no bairro portenho de Palermo, para fazer um check-up de
próstata, mas foi diagnosticado com uma infecção urinária que complicou seus
problemas cardíacos. Na véspera de Natal, ele foi induzido ao coma após
apresentar insuficiência renal. Mais tarde chegou a ser despertado e se sentia
melhor, mas acabou falecendo nesta mesma clínica.
Condenado
Em 2019, Menem foi condenado a três anos e nove meses de prisão por
fraude na venda de um imóvel na década de 1990. Segundo a Suprema Corte, o
ex-presidente desviou recursos públicos na transação comercial. Para
ser preso, no entanto, ele deveria ser condenado também pelo Senado, o que não
ocorreu.Além disso, o ex-presidente
foi absolvido da acusação de encobrimento dos autores do atentado contra o
centro judaico AMIA, em Buenos Aires, em 1994. A Justiça condenou, no mesmo
julgamento, o ex-chefe de Inteligência do ex-presidente e um ex-juiz, entre
outros ex-funcionários e cúmplices. O ataque deixou 85 mortos e 300 feridos.
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