A primeira oitiva da CPI da Arena das Dunas ouviu o controlador geral do
Estado Pedro Lopes que reforçou as informações sobre furos no contrato da obra
do estádio da copa de 2014. Ele contou que manter a arena natalense custa
mais caro do que manter o Marcanã, principal estádio do país. “É mais barato
manter o Maracanã do que a Arena das Dunas. Isso não faz sentido porque o custo
de vida no Rio de Janeiro é bem mais alto do que o de Natal. Tudo lá é mais
caro”, argumentou.
A manutenção mensal da Arena
das Dunas custa R$ 2,3 milhões enquanto que dos estádios Arena Pernambuco (R$
750 mil), Maracanã e Mané Garrincha (R$ 900 mil). Isso sem contar a
parcela mensal de R$ R$ 9,5 milhões de parcela fixa que o Governo do RN paga a
Arena das Dunas Concessão e Eventos S/A todos os meses. Outro problema
discutido na CPI foi a ausência de um fiscal de contrato atuante. Entre os anos
de 2014 e 2019 não havia um profissional desta área atuando de fato, o que só
mudou ano passado após a auditoria. Ainda foi apresentada a informação que
nos termos atuais, o Governo do RN pode pagar até R$ 361,2 milhões a mais pelo
financiamento contratado para a construção do estádio.
Pedro Lopes também explicou o
prejuízo R$ 16 milhõs ao Estado causado pela metodologia adotada pela então
governadora Rosalba Ciarlini na divisão das receitas. Em vez de dividir os
lucros do estádio em 50% com base nas receitas líquidas, o modelo seguido foi
nas receitas brutas com base em um ofício assinado pelo secretário
extraordinário da copa Demétrio Torres. “A empresa chegou a questionar o que é
receita líquida, o que é de se estranhar. É aquilo que estava na lei. Todo
mundo que estuda contabilidade, ainda mais os contadores de uma empresa do
porte de uma empresa como Arena das Dunas, sabe o que é receita líquida. Se o
contador da Arena não souber o que é receita líquida tem que ter o registro
cassado”, provocou. Na próxima na terça-feira (24), a comissão vai ouvir
representantes da Arena das Dunas e estão confirmados, pela ordem, as oitivas
do ex-secretário Demétrio Torres e de técnicas do Tribunal de Contas do Estado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário