A situação financeira do Estado
impede que qualquer reajuste salarial seja concedido aos servidores públicos
neste ano. É o que afirma o secretário da Fazenda do Rio Grande do Norte,
Carlos Eduardo Xavier. Em entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan News
Natal (93,5 FM), o secretário explicou que os gastos com pessoal têm crescido
de maneira que as finanças governamentais estão gravemente comprometidas.
De acordo com Cadu Xavier, o Rio Grande do Norte passa por uma "tempestade perfeita", com queda na arrecadação após mudanças nas alíquotas de ICMS no ano passado e o aumento significativo da folha de pessoal. De maneira aberta, o secretário explicou que, mesmo sendo favorável à implementação, o piso dos professores implicou diretamente nas finanças do Estado. "Nada contra os pisos, mas é preciso que os entes tenham condições de arcar com esses gastos. É uma tempestade perfeita. O aumento dos gastos com a perda de receitas trouxe o desequilíbrio. A gente está enfrentando esse desequilíbrio. (O piso dos professores) É o principal calo. Temos que falar abertamente. o Rio Grande do Norte precisa conter o crescimento da folha de pessoal. Ou faz isso, ou não vamos recuperar o poder de investimentos", disse o secretário.
Segundo o secretário, que enfatizou diversas vezes não ser contrário ao piso, a forma com que ele é aplicado no Rio Grande do Norte é diferente do que acontece na maioria do Brasil. De acordo com ele, o estado é "basicamente" o único que faz o reajuste à categoria fora do que ele entende ser um conceito de "piso". Isso porque, no estado, mesmo os profissionais que já recebiam acima do valor do piso determinado por lei vão receber os reajustes, que foram de 33% ano passado e quase 15% neste ano. "Para se ter uma ideia, o impacto anual em Pernambuco é de R$ 600 milhões por ano, enquanto aqui é de R$ 1 bilhão. E estamos falando de um estado que é maior do que o nosso, que consequentemente tem mais escolas que o nosso e, consequentemente, tem mais professores do que o nosso", explicou.
Apesar da crítica, Carlos Eduardo Xavier disse que os valores que foram acordados e a forma de pagamento para este ano estão garantidos no planejamento financeiro do Estado. Porém, não há margem para reajustes a outros servidores dos quadros, com a exceção do que já está previsto por lei nos planos de carreira. "O pagamento do piso já estava no planejamento. A gente consegue absorver no fluxo desse ano o piso dos professores. Novas concessões, não tem condições nesse momento. Não temos condições financeiras de dar nenhum tipo de concessão nesse ano. Nenhum tipo de reajuste nesse ano", enfatizou o secretário.
ICMS
Sobre a alíquota moral do ICMS,
Carlos Eduardo Xavier disse que o Estado não vai revogar a alíquota atual, de
20%, para retornar aos 18% até o fim deste ano. Mesmo com a homologação do
acordo para compensação, o secretário diz que não há condições de que o valor
retorne a 18% antes de fevereiro do ano que vem. Os deputados e o setor
produtivo têm cobrado a redução. "Do nosso ponto de vista,
jurídico e da necessidade que temos, não vê previsão de voltar antes de
janeiro. A gente conta com a manutenção dessa alíquota, até para cumprir com as
obrigações do ano", disse o secretário.
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