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domingo, 24 de dezembro de 2023

GÁS NATURAL FICARÁ 34% MAIS CARO NO RN, APESAR DA ALTA NA PRODUÇÃO

A produção de gás natural no Rio Grande do Norte cresceu 22,5% de janeiro a outubro deste ano, atingindo 1.170 metros cúbicos por dia (Mm³/d), de acordo com o último boletim mensal da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Ainda assim, a partir de janeiro de 2024, o produto ficará, em média, 34% mais caro para a Potigás, única empresa de distribuição do produto no Estado. Isso deve-se, conforme explicou a empresa, ao fato de a PetroReconcavo, uma das principais supridoras no Estado, ter dobrado o valor da molécula para a distribuidora. Além disso, a produtora reduziu a oferta de volume fornecido, de 236 mil m³/dia para 80 mil m³/dia. 

A PetroReconcavo foi uma das vencedoras, junto com a Petrobras, de uma chamada pública realizada pela Potigás para o fornecimento de gás natural em 2024. Além disso, a 3R Petroleum também fornece o produto à distribuidora. A questão, de acordo com a companhia de distribuição, é que era da PetroReconcavo o maior volume adquirido em contrato anterior. No entanto, de acordo com Marina Melo, presidente da Potigás, a empresa ofereceu uma quantidade menor de gás a um preço mais elevado. “Acabamos de fechar a chamada para aquisição. A PetroReconcavo participou do processo, só que com uma oferta de gás muito menor do que outrora. Nós comprávamos dela 236 mil m³/dia, mas, na última chamada, a oferta foi de apenas 80 mil m³/dia, um quantitativo bem aquém e, ainda, com um valor bem maior. A molécula, que nos era repassada a R$ 1,12, foi oferecida no último certame por R$ 2,20”, afirmou Marina Melo.

Apesar da alta, Marina Melo diz que vê o crescimento da produção como fator extremamente positivo. “Era o que estava previsto quando os campos maduros foram adquiridos, porque as empresas têm mais expertise e vontade de aumentar a produção. Então, elas trabalham em recuperação desses campos e algumas têm explorado novas áreas. Isso é muito positivo no sentido da arrecadação e da movimentação da economia, principalmente na região de Mossoró”, aponta a presidente da Potigás.

Companhias buscam mercados fora do RN
A presidente da Potigás, Marina Melo, explica que há demanda suficiente no Rio Grande do Norte para que a oferta, por parte dos produtores, seja ampliada no Estado. Contudo, segundo ela, as empresa têm buscado expansão e optado por outros mercados. Ela reclama que não existe nenhum dispositivo para estimular uma maior oferta do produto direcionada ao consumo dos potiguares. A 3R Petroleum, segundo Melo, sequer participou da última chamada. “O aumento dos valores do gás e a menor oferta no Rio Grande do Norte ocorrem porque as empresas produtoras têm expandido os próprios mercados e começaram a levar a produção para fora, oferecendo menos para a demanda interna. Nós temos feito as chamadas públicas e estamos tentando sensibilizar as empresas sobre esse aspecto”, frisa.

Investimentos devem superar os R$ 25 milhões
Frente às mudanças no mercado de gás do Rio Grande do Norte, a Potigás, distribuidora exclusiva do produto no Estado, tem preparado investimentos importantes para 2024. Somente para os projetos de saturação de gás em Natal e Mossoró, os investimentos devem ultrapassar os R$ 25 milhões no próximo ano. “Temos uma grande estratégia de saturação de rede, com a intenção de chegar em vários bairros, tanto na capital quanto no interior, em Mossoró”, detalha Marina Melo, presidente da companhia.

Fundada em 1993, a Potigás é responsável exclusiva pela distribuição de gás canalizado no Estado, atendendo os segmentos industrial, veicular, comercial e residencial. São mais de 520 mil metros de gasodutos na rede de distribuição de gás natural, presentes em Natal, Mossoró, Parnamirim, São Gonçalo do Amarante, Macaíba e Goianinha, levando gás natural canalizado para mais de 41 mil clientes.

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