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sexta-feira, 8 de agosto de 2025

SAÚDE/COLESTEROL: ENDOCRINOLOGISTA EXPLICA A IMPORTÂNCIA DE MANTER A TAXA SOB CONTROLE


Genética e estilo de vida contribuem com valores do colesterol

O colesterol elevado é sabidamente associado a doenças cardiovasculares como infarto do miocárdio, isquemia cerebral e insuficiência cardíaca. Em quantidades adequadas, o colesterol participa do funcionamento do organismo, pois faz parte da estrutura das células, ajuda na produção de alguns hormônios e forma ácidos biliares, que auxiliam na digestão. O perigo está no excesso da fração LDL do colesterol, o "colesterol ruim". O Dia Mundial de Combate ao Colesterol procura conscientizar as pessoas sobre a importância do controle das taxas, que podem ser determinadas por fatores genéticos e pelo estilo de vida.

A endocrinologista Thais Gelenske, do Hospital Santa Joana Recife, Rede Américas, esclarece que o colesterol total se divide em uma fração protetora, o HDL, e em frações que estão relacionadas às doenças cardiovasculares: O LDL, já citado e também o VLDL e o IDL. “Essas últimas são frações de lipoproteínas ricas em triglicerídeos, mas que também contêm colesterol em parte de sua composição, capazes de causar as placas ateroscleróticas, conhecidas como 'placas de colesterol' nas artérias. São essas placas que obstruem o fluxo de sangue para órgãos como coração e cérebro, causando infarto e AVC. Quando o perfil lipídico de uma pessoa é avaliado visando manter a saúde cardiovascular, observamos os valores tanto do LDL quanto os valores de IDL e VLDL, por meio do cálculo do 'colesterol não-HDL'.” Também é necessário manter as taxas adequadas do bom colesterol, ainda que um valor abaixo do esperado não seja, por si só, considerado um fator causal para doenças cardiovasculares. A especialista explica que o HDL recicla o colesterol de um indivíduo, levando-o de volta ao fígado, onde será usado nas funções celulares e no processo de produção, novamente, da gordura corporal. “A melhor forma de manter seus valores dentro da normalidade (em homens, acima de 40 mg/dL; e em mulheres, acima de 50 mg/dL) é manter um estilo de vida saudável, com baixa ingestão de gorduras saturadas e prática regular de exercícios físicos”, orientou.

O Ministério da Saúde ressalta que esse tipo de gordura saturada está presente em alimentos de origem animal, como carnes, pele de frango, queijos, manteiga, entre outros, que, se consumidos em grande quantidade, podem aumentar o risco de doenças do coração. “Estima-se que apenas 15 a 20% dos valores de LDL estejam associados à dieta”, afirmou a endocrinologista Thais Gelenske. A médica ressaltou que o colesterol também está associado à herança genética de uma pessoa. “Existem mutações específicas que levam a valores tão elevados quanto 400 mg/dL ou mais de LDL. Todo indivíduo adulto com LDL acima de 190 mg/dL deve ser avaliado para risco de hipercolesterolemia familiar (causada por alterações genéticas), devido ao risco aumentado de doenças cardiovasculares precoces.” Nem por isso um indivíduo pode permanecer com maus hábitos alimentares e o sedentarismo. “Influencia negativamente tanto os mais suscetíveis geneticamente, quanto os que não possuem essas mutações. Além disso, novas alterações genéticas podem surgir devido aos maus hábitos, podendo, inclusive serem transmitidas para gerações futuras. São as chamadas mutações epigenéticas”, alertou a especialista.

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