Hoje, 8 de setembro, é celebrado o Dia Internacional da Alfabetização, data criada pela UNESCO em 1967 para reforçar a importância da leitura e da escrita no desenvolvimento humano. Em um mundo cada vez mais conectado, o assunto ganha novos contornos com alfabetização bilíngue, cada vez mais em alta. Especialistas apontam que iniciar o processo desde a infância amplia não apenas o domínio de diferentes línguas, mas também habilidades cognitivas, sociais e culturais. “A infância é considerada a melhor janela para introduzir um segundo idioma, porque o cérebro da criança é mais receptivo e aprende com naturalidade, sem as barreiras típicas dos adultos”, explica Eloisa Monteiro, coordenadora pedagógica da Escola Bilíngue Aubrick (São Paulo/SP).
Nessa fase, a plasticidade cerebral permite que a criança associe sons, palavras e estruturas gramaticais de maneira espontânea, sem precisar de longas explicações teóricas. É como se o contato precoce com o idioma fosse absorvido de forma orgânica, da mesma forma que acontece com a língua materna. Segundo a especialista, quanto mais cedo essa exposição acontece, maiores são as chances de o aluno desenvolver fluência com pronúncia mais próxima da de um nativo e de compreender nuances da linguagem que não seriam aprendidas tão facilmente em idades posteriores. “Além disso, a alfabetização bilíngue desde a infância contribui para o fortalecimento de habilidades cognitivas, como memória, atenção e raciocínio lógico, oferecendo bases sólidas para a aprendizagem ao longo da vida”, acrescenta Eloisa.
Semelhanças e diferenças da
alfabetização em duas línguas
Tanto no português quanto no
inglês, a alfabetização parte do reconhecimento do mesmo alfabeto, o latino, o
que facilita o processo inicial de identificação das letras e dos sons. Em
ambas as línguas, a criança aprende a associar grafemas (letras) a fonemas
(sons) e, a partir dessa relação, passa a formar sílabas, construir palavras e
compreender o sentido dos textos.
As diferenças, no entanto, aparecem na forma como essa correspondência se estabelece. “O inglês possui mais irregularidades na relação entre sons e letras, o que exige estratégias diferenciadas em sala de aula. Já no português, essa ligação tende a ser mais direta e previsível”, detalha Jacqueline de Freitas Cappellano, coordenadora pedagógica da Escola Internacional de Alphaville (Barueri/SP).
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