Um dado recente tem chamado a
atenção de especialistas em políticas públicas e mercado
de trabalho: em dez Estados brasileiros, o número de pessoas
que recebem o Bolsa Família supera o total de trabalhadores
com emprego formal ativo.
O diagnóstico resulta do
cruzamento de informações do Cadastro Geral de Empregados e
Desempregados (Caged) com dados do Ministério do
Desenvolvimento e Assistência Social, referentes a julho de 2025.
Segundo o levantamento, todos os dez Estados que apresentam
esse cenário estão localizados nas regiões Norte e Nordeste do
país.
Desigualdade e dependência de
renda
Para analistas, os números
refletem uma estrutura socioeconômica ainda marcada por desigualdade
regional, baixo dinamismo do mercado formal e desemprego
estrutural. A elevada participação de programas de transferência de renda
nesses Estados evidencia a dificuldade histórica de geração de empregos formais
capazes de absorver a população economicamente ativa.
Embora o Bolsa Família cumpra
um papel relevante no combate à pobreza e na garantia
de renda mínima, especialistas alertam que a dependência prolongada do
programa pode indicar fragilidades no desenvolvimento econômico local.
Desafio do desenvolvimento
regional
A constatação de que há mais
beneficiários do Bolsa Família do que trabalhadores com carteira assinada em
parte do país reforça o desafio de promover um desenvolvimento regional
mais equilibrado. Para especialistas, políticas sociais precisam caminhar
junto com investimentos produtivos, qualificação
profissional e expansão do emprego formal.
O debate também reacende a
necessidade de estratégias que conciliem proteção social com inclusão
produtiva, de forma a criar oportunidades reais de ascensão econômica e
reduzir, no médio e longo prazo, a dependência de programas assistenciais.
ContraFatos
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