
Com mais de 90 anos de idade, faleceu em Caicó, Mariquinha Macêdo. Muitos de nossa geração, e muitos outros de outras gerações posteriores, devemos muito a Dona Mariquinha. Ela foi, durante décadas, nossa eficiente e paciente professora de Datilografia.
Esta juventude que nos cerca, não entende como foi importante para nós, seus pais e avós, sermos bons datilógrafos, Dona Mariquinha! Saber datilografia, ou seja, saber teclar (vocábulo novo, que substituiu o verbo datilografar) numa velha, pesada e lenta (para os padrões de hoje) máquina de escrever Olivetti ou Remington era uma condição sine qua non para assumirmos um bem remunerado emprego. E isto muita gente boa deve à senhora, Dona Mariquinha Macêdo!
Muito tempo se passou entre as aulas de datilografia que a senhora nos ministrou e a atual era da tecnologia dos modernos e ágeis computadores, Dona Mariquinha! E o antigo e o moderno se chocam a todo instante, Dona Mariquinha! Conto aqui uma historieta que exemplifica para a senhora como é grande a distância que separa seus antigos e agradecidos alunos dos modernos usuários dos PC, IPOD, IPAD, IPHONE, etc. Há bem pouco tempo, eu ainda possuía uma máquina de escrever portátil marca Olivetti, uma relíquia.
Certa manhã, resolvi lubrificá-la para lhe dar uma maior sobrevida. Minha neta, que à época tinha cerca de 10 anos de idade chegou e perguntou:
– Vovô o que é isto?
Daí eu lhe expliquei o que era uma máquina de escrever e o que ela fazia. Depois de ouvir as minhas explicações, minha neta, moderna garota da era da informática, perguntou:
– E ela passa e-mails?
Adeus, Professora! Talvez a senhora não saiba como nos ajudou a vencer na vida. Expressamente, eu lhe afirmo que seus ensinamentos da extinta datilografia foram de primordial importância para que nós lográssemos êxito no concurso do Banco do Brasil. No meu nome e no nome de centenas de seus bem-sucedidos ex-alunos, muito obrigado por nos ajudar, Dona Mariquinha, e que Deus a receba em seu reino e que lhe dê a paz que a senhora merece.