Os concurseiros que terão provas em 2016 devem estar atentos.
Desde o dia 1º de janeiro já estão em vigor as regras do novo Acordo Ortográfico
da Língua Portuguesa, que a partir deste ano serão obrigatórias. A proposta veio
desde 2009 com diversas mudanças, como o fim do trema e novas regras para o uso
do hífen e de acentos diferenciais. Apesar das mudanças já em uso, no entanto, a
obrigatoriedade para o uso das novas regras ainda não existia.

O Acordo Ortográfico foi implementado em 2009, mas sem nenhuma
obrigatoriedade, com início previsto para o início de 2013
A intenção do novo acordo, conforme assinatura em 1990 com
outros Estados-Membros da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), era
padronizar as regras ortográficas. O acordo foi implementado em 2009, mas sem
nenhuma obrigatoriedade, com início previsto para o início de 2013. Porém, após
grande rejeição da sociedade, o governo adiou a data para entrada em vigor do
acordo. A partir do Decreto 7.875/12, de 27 de dezembro de 2012, o período de
transição para a utilização da nova ortografia foi ampliado. O limite para a
obrigatoriedade, que seria 1º de janeiro de 2013, foi fixado para 1º de janeiro
de 2016, quando deixaram de coexistir as duas ortografias no país. Agora, bancas
dos concursos vão explorar a nova ortografia e é preciso que o candidato esteja
atento às mudanças. Uma das alterações é referente à inclusão das letras k, w e
y que, apesar de serem comuns em palavras indígenas ou abreviações (km ou kw/h,
por exemplo), só agora passam a integrar o alfabeto oficial, que passa de 23
para 26 letras.
Outra mudança foi com relação aos acentos diferenciais. Foram
extintos a maioria, como agudo de “pára” (do verbo parar) e “para” (preposição),
que passam a ter a mesma grafia. Porém, ainda há exceções, como as palavras pôr
(verbo) e por (preposição) e pode (presente do indicativo do verbo poder) e pôde
(pretérito do indicativo do verbo poder), que mantiveram os acentos
diferenciais.
No caso do acento circunflexo nas palavras terminadas em “êem”,
também deixa de existir a acentuação. “Leem”, “creem”, “veem” e em substantivos
como “enjoo” e “voo” não são mais acentuadas. O acento agudo também foi
eliminado nos ditongos abertos “ei” e “oi” (antes “éi” e “ói”), mudando a grafia
de assembleia, colmeia e jiboia.

Além das mudanças na acentuação, também está extinto o trema,
que eram dois pontos sobre o “u”. A mudança, contudo, é somente para a parte
escrita, pois “linguiça”, “cinquenta” e “tranquilo”, apesar da nova grafia,
mantêm a mesma pronúncia. Tão importante quanto as mudanças na acentuação são as
alterações no uso do hífen. Quando a segunda palavra começar com s ou r
(contra-regra passou a ser contrarregra, anti-séptico passou a ser
antisséptico), com exceção de quando o prefixo terminar em r (super-resistente),
e quando a primeira parte da palavra termina com vogal e a segunda parte começa
com vogal (auto-estrada passou a ser autoestrada), com a exceção de letras
iguais (micro-ondas, anti-inflamatório).
Importância
Português é a matéria confirmada na
grande maioria dos concursos do país. Por isso, mesmo os candidatos que buscam
diversas áreas não podem relaxar quanto ao conteúdo, principalmente após as
mudanças no acordo ortográfico. Concurso como o do INSS, IBGE, EBSERH e Caixa
cobram conteúdos como Compreensão e interpretação de textos, Emprego das Classes
das Palavras, Concordância Nominal e Verbal, crase e Sintaxe da Oração, com
pequenas variações de um certame para o outro. Em todos, no entanto, está
ortografia oficial e acentuação gráfica, que serão diretamente afetadas com as
mudanças.