O ator Caio Junqueira, do filme 'Tropa de Elite', morreu nesta
quarta-feira no Rio aos 42 anos. Ele tinha sofrido um acidente de carro no
Aterro do Flamengo no último dia 16 e desde então estava internado no Hospital
Miguel Couto. A Secretaria Municipal de Saúde informou que o ator morreu às 5h15. Ele dirigia sozinho em direção ao Centro do Rio, perdeu o controle do
carro, que subiu o meio-fio, bateu em uma árvore e capotou. Caio ficou preso
dentro do veículo, desacordado, e foi retirado com uma fratura exposta.
O ator estava internado na unidade coronariana desde que chegou ao Miguel
Couto. Entre os ferimentos, Cairo Junqueira sofreu um trauma grave no tórax e
perdeu muito sangue. O ator passou por cirurgias, como uma na mão direita, e apresentava
febre. No último sábado (19), a mãe do ator contou ao G1 que, mesmo
sedado, abriu os olhos e tentou se levantar da cama. "Isso mostra que ele
está querendo lutar pela vida", disse. Na semana do acidente, amigos e colegas de profissão do ator pediram
doações de sangue para ele em redes sociais.
Trajetória
O ator Caio Junqueira iniciou a carreira ainda criança e deixou um legado
profissional extenso. Ao todo, ele participou de mais de 20 produções
televisivas, além de 10 curtas e pelo menos 15 longas. Caio de Lima Torres Junqueira nasceu no Rio de Janeiro, em 20 de novembro
de 1976. Filho do ator Fábio Junqueira, ele é irmão por parte de mãe do também
ator Jonas Torres. Ele iniciou a carreira no teatro em 1984, aos 7 anos de idade. No ano
seguinte, fez sua estreia televisiva ao lado de Diogo Vilela e Zezé Polessa no
seriado "Tamanho família", da extinta TV Manchete. Naquele mesmo ano,
também estreou no cinema, no filme "Com licença, eu vou à luta", de
Lui Faria. O primeiro trabalho na TV Globo se deu em um episódio do seriado
"Armação ilimitada", de Guel Arraes, ao lado do irmão Jonas. A partir daí, ele fez várias séries e novelas na emissora:
"Desejo", "A viagem", "Engraçadinha, seus amores e
seus pecados", "Hilda Furacão", "O clone", "Um
anjo caiu do céu", "O quinto dos infernos" e "Chiquinha
Gonzaga" estão entre seus principais trabalhos.

Caio sempre deu grande atenção ao cinema – foram 10 participações em
curtas e pelo menos 15 longas. Em 1996, ele venceu o prêmio de ator revelação
do Festival de Gramado pela participação no filme "Buena sorte", de
Tania Lamarca. O ator fez parte do elenco de "Zuzu Angel" e "Quase
nada", de Sérgio Rezende, "For all - O trampolim da vitória", de
Buza Ferraz e Luiz Carlos Lacerda, "O que é isso, companheiro?", de
Bruno Barreto, além de "Abril despedaçado" e "Central do
Brasil", ambos assinados por Walter Salles. No entanto, não há dúvidas de que seu personagem mais marcante junto ao
público foi o aspirante Neto, oficial recém-formado da Polícia Militar do Rio
de Janeiro, no filme "Tropa de elite", de José Padilha. Nos últimos anos, Caio participou de novelas e seriados na TV Record e na
Fox Brasil. Seu trabalho mais recente foi o personagem Henrique Villa Verde, na
série "O mecanismo", da Netflix, quando repetiu a parceria com o diretor
José Padilha.