Um grupo de servidores de carreira da Emater-RN, que atualmente exerce
funções de Coordenador de Planejamento e Subcoordenadores de Crédito, Pecuária,
Agroecologia e Convivência com o Semiárido, entregou esta manhã uma carta de
renúncia endereçada ao diretor geral da instituição, Cesar José de
Oliveira. A carta foi entregue à chefe de gabinete da Emater, Diana Moreira. O
momento teve a participação da diretora-presidente da Associação dos Servidores
da Emater-RN (Assema-RN), Suzany Figueiredo, e do presidente do Sinai, Santino
Arruda, além de servidores e bolsistas da insituição em Natal. A carta-renúncia apela ao Governo do Estado pela substituição imediata
de Cesar Oliveira na direção da Emater e lista uma série de problemas.
Ingerência na atividade técnica desenvolvida pelos coordenadores,
subcoordenadores, gestores regionais e técnicos locais; difícil ambiente
institucional; inoperência para a sobrevivência da Emater; falta de compromisso
funcional com os servidores; omissão na participação de importantes eventos
voltados à agricultura familiar no país; veículos com documentação atrasada e
sem manutenção; inércia na resolução de problemas institucionais, causando o
sucateamento geral da Emater nos municípios onde atua e na sede estadual; além
de remoção de servidores de forma arbitrária. Um dos trechos da carta cita "falta de papel higiênico, água,
material de limpeza, material de expediente, manutenção de veículos, pneus,
internet, regularização do licenciamento dos veículos institucionais, falta de
recursos para o desenvolvimento das atividades-fim, decadência na estrutura
física dos escritórios, como rachaduras, infiltração, risco elétrico e até teto
caído."
Vale ressaltar que a Emater, que completará 70 anos de existência em
2025 no Rio Grande do Norte, atua nos 167 municípios potiguares, possuiu
aproximadamente 200 servidores efetivos, 80 bolsistas, diversos escritórios
próprios, centro de treinamento, porém recebe uma cota financeira de 170 mil
reais por mês, recurso absurdamente insuficiente para suprir as necessidades
básicas. "Por que outras instituições menores recebem cotas bem maiores?
Porque claramente esses gestores exercem as funções as quais foram investidos,
que é de gerir suas instituições intermediando demandas e resultados junto ao
executivo", menciona a carta de renúncia. Outro ponto importante é que o atual cenário é o mais favorável na
conjuntura política dos últimos anos, por existir uma convergência entre as
esferas nacional e estadual. Esperava-se o fortalecimento da instituição e um
melhor diálogo com os servidores, o que infelizmente não aconteceu, resultando
nessa crise institucional nunca antes vista em 69 anos. Por fim, o grupo renunciante, com o aval da Assema-RN, pede ao Governo
do Estado pela substituição imediata da Diretoria Geral da Emater, como
"sendo essa a única forma de dirimir a grave crise institucional
instalada. E em caso de procedência do pleito, nos colocamos a disposição para
continuar contribuindo com a nova diretoria."