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domingo, 30 de novembro de 2014

EM QUATRO ANOS, 71 ESCOLAS DESATIVADAS NO RN

O crescimento do número de escolas técnicas e a ascensão social da população são alguns dos motivos apontados pela Secretaria Estadual de Educação para a diminuição de alunos na rede pública do estado. O fato resultou na desativação de 71 escolas nos últimos quatro anos, duas delas em Natal. O número também inclui a municipalização de unidades do Ensino Fundamental. Nesse caso, trata-se de uma orientação do Ministério da Educação.

Poucos alunos em salas de aula: essa é uma realidade cada vez mais presente em escolas de Natal e interior
Poucos alunos em salas de aula: essa é uma realidade cada vez mais presente em escolas de Natal e interior/Humberto Sales

Dezessete mil estudantes saíram da rede estadual entre os anos de 2013 e 2014, entre alunos do ensino regular e do EJA (Educação de Jovens e Adultos), onde a evasão é de cerca de 50%. “Há algum tempo tínhamos dois IFRNs. Hoje temos 19, oferecendo ensino médio e profissionalizante. Isso faz com que muitos alunos saiam da rede estadual, que também oferece o Ensino Médio. Com a inauguração do Instituto em Parnamirim saíram 1500. A escola técnica em Pitimbu também puxou mais 1500”, disse o secretário adjunto da Educação do estado, Joaquim Oliveira, ao lembrar que 10 novos centros profissionalizantes serão inaugurados até o final do primeiro semestre de 2015.

Os três primeiros serão em Nova Parnamirim, Extremoz e Ceará-Mirim. “Não é ruim para o aluno ir para o IF. Pelo contrário. Ele passa a ter uma escola maior, melhor, mais adequada. O estado é que perde receita com isso, porque o cálculo da verba para a Educação é feito a partir do número de matriculados. O que fizemos foi uma correção para o bom uso dos recursos”. A medida do trancamento de escolas, de acordo com o gestor, reduziu o custo-aluno e recebeu reconhecimento e elogio do MEC. Ele ressalta a importância da continuidade desse trabalho nas próximas gestões, porque modificações na estrutura da Educação continuarão acontecendo.

Baixo rendimento

Além dos recursos financeiros reduzidos, essas instituições enfrentavam o problema do baixo rendimento escolar, notas de até 2 no Ideb, Índice de Desenvolvimento da Educação Básica. O palpite do secretário adjunto para a deficiência na nota é o desestímulo dos professores com salas cada vez menores.  Há ainda mais duas questões que influenciam na redução de demanda em determinadas escolas. Uma delas é a mudança do cenário sociogeográfico. Alguns bairros, ao longo de décadas, tornaram-se comerciais ou de alto padrão econômico. São os casos da Cidade Alta e de Candelária, respectivamente.

Joaquim Oliveira acredita que a Escola Walfredo Gurgel merece atenção. “A maioria dos alunos vai de lugares distantes. A população de Candelário envelheceu”, constata. O outro motivo diz respeito a problemas administrativos. “Íamos fechar a Isabel Godim, mas a população se reuniu e explicou que o que estava acontecendo lá era má gestão. Descobrimos que gangues tinham as chaves de lá com a conivência do gestor. Desligamos o diretor e hoje temos uma interventora. Na época precisamos contar com a polícia para garantir o trabalho dela”, conta.

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