
A Justiça Federal de Pernambuco mandou soltar os executivos
presos no dia 11 de dezembro, na Operação Vidas Secas – Linha Vitória, da
Polícia Federal, que investiga desvios de R$ 200 milhões em obras da
transposição do Rio São Francisco. Na ocasião, foram presos o presidente da OAS,
Elmar Juan Passos Varjão Bomfim, além dos executivos Alfredo Moreira Filho, da
Barbosa Mello, e Mário de Queiroz Galvão e Raimundo Maurílio de Freitas, da
Galvão Engenharia. Os quatro já prestaram depoimento à Polícia Federal. A
decisão foi do juiz Felipe Mota Pimentel de Oliveira, da 38ª Vara Federal de
Pernambuco, em Serra Talhada, no Sertão do estado, no dia 14 de dezembro e
divulgada nesta segunda-feira (21). "Não vislumbro que os investigados importem
prejuízo concreto para a continuidade das investigações do inquérito policial,
de modo que o prolongamento do acautelamento dos mesmos, de maneira
desnecessária, revelar-se-ia antijurídica", apontou o juiz na decisão.
As investigações que levaram às prisões do dia 11 tiveram
início em 2010. Os empresários teriam usado empresas fantasmas para desviar
cerca de R$ 200 milhões das verbas públicas destinadas às obras, no trecho que
vai de Custódia, no Sertão de Pernambuco, a Monteiro, na Paraíba. O consórcio
cuidava dos lotes 11 e 12, dos 14 lotes envolvidos na transposição do rio. Os
contratos investigados até o momento são de R$ 680 milhões. A operação está
apurado o núcleo econômico do esquema, que são as empreiteiras e o financeiro de
nível operacional. Porém, a PF ainda investigará os núcleos administrativo,
operacional e político. O superintendente da Polícia Federal em Pernambuco,
Marcello Diniz Cordeiro, também acredita que toda a obra da transposição foi
superfaturada e que a conclusão da obra também pode ter demorado mais ficar
pronta para que os envolvidos no esquema continuassem a lucrar com as
irregulariedades
A transposição
Orçado em R$ 8,2 bilhões, o
projeto, de iniciativa federal, tem o objetivo de garantir o abastecimento de
água para 390 municípios dos estados de Pernambuco, Ceará, Paraíba e Rio Grande
do Norte, beneficiando aproximadamente 12 milhões de pessoas. A obra começou em
2006, quando tinha orçamento de R$ 4,5 bilhões. Devido aos atrasos, teve o custo
praticamente dobrado.
Segundo dados do mês de outubro, as obras do Projeto de
Integração do Rio São Francisco apresentam 81% de execução física. Atualmente,
há 10.141 trabalhadores contratados para atuarem no empreendimento. Para
aperfeiçoar o gerenciamento, o Ministério da Integração Nacional implantou, em
2011, outro modelo de monitoramento, licitação e contratação para os seis
trechos de obras.
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