
Hoje, a Sigatoka consegue exterminar com 50% a 70% dos campos de bananas se não for controlada (iStockphoto/Getty Images)
Pesquisadores identificaram que uma das principais pragas que
atingem a banana ficou mais forte – o que pode significar a extinção da fruta em
um período entre 5 e 10 anos. Os especialistas, da Universidade da Califórnia
Davis, sequenciaram o DNA de dois dos três tipos de fungos Sigatoka e
identificaram que eles se modificaram, aumentando ainda mais seu poder
destrutivo contra a fruta. Segundo os pesquisadores, conhecer a
sequência genética desses fungos é um passo importante para buscar alternativas
que contenham a ameaça à fruta tropical mais popular do mundo. A doença é
causada por três tipos diferentes de fungos. Segundo o estudo, publicado
recentemente na revista científica Plos Genetics, os pesquisadores
sequenciaram dois deles.
Ao compará-los com um sequenciamento de DNA previamente
conhecido da Sigatoka, identificaram que eles não só acabam com o sistema
imunológico da planta, como adaptam seu metabolismo ao da bananeira, permitindo
captar mais nutrientes da hospedeira. Além disso, eles também estão cada vez
mais resistentes aos agrotóxicos. Ainda de acordo com o estudo, a banana nanica,
famosa na mesa do brasileiro – e a mais consumida do globo –, tem seus
descendentes em uma única planta, já que são estéreis. É como se todas elas
fossem clones de uma banana nanica inicial. Com a larga expansão dos fungos
Sigatoka, é possível que em um curto período de tempo, os produtores não
consigam mais plantar bananas nanicas saudáveis – pois estarão todas infectadas.
Hoje, a doença consegue exterminar com 50% a 70% dos campos de bananas se não
for controlada.
Extinção
Recentemente, estudiosos já haviam alertado sobre
o risco da banana estar com os dias contados. Segundo um estudo da Universidade
de Wageningen, na Holanda, publicado na revista científica PLOS
Pathogens, um fungo que provoca uma variação do mal do Panamá – praga
conhecida como Tropical Race 4, ou TR4, também ameaça a fruta.
Agora que os pesquisadores conseguiram sequenciar os genes de
uma das principais causas das perdas de grandes plantações de bananas, existe
uma possibilidade de proteger a fruta. “Pela primeira vez, compreendemos o
genoma básico dessas doenças causadas por fungos. Isso nos dá uma oportunidade
de intervir”, disse Ioannis Stergiopoulos, patologista vegetal molecular da UC
Davis, em um comunicado.
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