O ex-ministro da Fazenda Guido Mantega foi preso na manhã desta
quinta-feira (22) em São Paulo na 34ª fase da Operação Lava Jato. O mandado é de
prisão temporária. José Roberto Batochio, advogado de Guido Mantega, afirmou que
policiais foram à casa do ex-ministro, em Pinheiros, na Zona Oeste da capital
paulista, para cumprir mandados de busca e apreensão. Ele não soube dizer quais
objetos foram apreendidos. Depois, policiais foram ao hospital Albert Einstein,
no Morumbi, Zona Sul de São Paulo, onde Mantega estava com a mulher, que passou
por uma cirurgia. “Ele está sendo retirado da sala de cirurgia por policiais
nesse momento”, disse Batochio ao G1 às 7h50. Do hospital, os policiais levariam
Mantega até o apartamento do ex-ministro, no bairro de Pinheiros, para cumprir
um mandado de busca e apreensão. Policiais federais estão nas ruas desde a
madrugada desta quinta para cumprir mandados. As ordens judiciais estão sendo
cumpridas em cinco estados, além de no Distrito Federal: São Paulo, Rio de
Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Bahia. A ação foi batizada de
Operação Arquivo X. Foram expedidos 33 mandados de busca e apreensão, oito de
prisão temporária e oito de condução coercitiva, que é quando a pessoa é levada
para prestar depoimento.
Em São Paulo são cumpridos 9 mandados: 2 de prisão e 7 de busca
e apreensão – desses, 6 na capital e um em Sorocaba. A atual fase investiga
fatos relacionados à contratação pela Petrobras de empresas para a construção de
duas plataformas (P-67 e P70) para a exploração de petróleo na camada do
pré-sal, as chamadas Floating Storage Offloanding (FSPO´s). Por meio de fraude
do processo licitatório, corrupção de agentes públicos e repasses de recursos a
agentes e partidos políticos responsáveis pelas indicações de cargos importantes
da estatal, as empresas se associaram na forma de consórcio para obter os
contratos de construção das duas plataformas, mesmo sem possuir experiência,
estrutura ou preparo para tanto, segundo a PF. Ainda de acordo com a PF, durante
as investigações verificou-se que, no ano de 2012, o ex-ministro da Fazenda
“teria atuado diretamente junto ao comando de uma das empresas para negociar o
repasse de recursos para pagamentos de dívidas de campanha de partido político
da situação. Estes valores teriam como destino pessoas já investigadas na
operação e que atuavam no marketing e propaganda de campanhas políticas do mesmo
partido”.
Segundo o Ministério Público Federal (MPF), Eike Batista,
ex-presidente do Conselho de Administração da OSX, prestou depoimento e declarou
que, em 1/11/2012, “recebeu pedido de um então ministro e presidente do Conselho
de Administração da Petrobras” – Mantega – para que fizesse um pagamento de R$ 5
milhões, no interesse do Partido dos Trabalhadores (PT). “Para operacionalizar o
repasse da quantia, o executivo da OSX foi procurado e firmou contrato
ideologicamente falso com empresa ligada a publicitários já denunciados na
Operação Lava Jato por disponibilizarem seus serviços para a lavagem de dinheiro
oriundo de crimes. Após uma primeira tentativa frustrada de repasse em dezembro
de 2012, em 19/04/2013 foi realizada transferência de US$ 2.350.000,00, no
exterior, entre contas de Eike Batista e dos publicitários”, continua o MPF em
nota.
8 anos ministro
Guido Mantega foi o ministro da Fazenda que mais tempo permaneceu no cargo em governos democráticos. Ele deixou o posto para dar lugar ao economista Joaquim Levy no final de 2014. Mantega assumiu o Ministério da Fazenda em 27 de março de 2006 após a demissão de Antonio Palocci, envolvido no escândalo da quebra de sigilo ilegal do caseiro Francenildo dos Santos.
Guido Mantega foi o ministro da Fazenda que mais tempo permaneceu no cargo em governos democráticos. Ele deixou o posto para dar lugar ao economista Joaquim Levy no final de 2014. Mantega assumiu o Ministério da Fazenda em 27 de março de 2006 após a demissão de Antonio Palocci, envolvido no escândalo da quebra de sigilo ilegal do caseiro Francenildo dos Santos.
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