
Antes de fechar acordo de delação premiada, Marcelo Odebrecht e outros executivos citaram Temmer, Padilha, Geddel e Serra (Kiyoshi Ota/Bloomberg/)
Após oito meses de negociação, Marcelo Odebrecht e mais pelo
menos 50 nomes ligados a empreiteira fecharam acordo de delação premiada com os
procuradores da Operação Lava Jato, de acordo com informações do jornal O Globo.
À publicação, uma pessoa ligada às investigações revelou que, na fase preliminar
das negociações do acordo, o presidente Michel Temer (PMDB) e ministros do
núcleo duro do governo foram citados.
Os ministros da Casa Civil, Eliseu Padilha (PMDB-RS), de
Relações Exteriores, José Serra (PSDB-SP) e da Secretaria de Governo, Geddel
Vieira Lima (PMDB-BA) também foram apontados pelos executivos da empreiteira. Antes de fechar acordo, Marcelo Odebrecht e outros executivos
citaram pelo menos 130 deputados, senadores e 20 governadores e ex-governadores. O número de funcionários da Odebrecht que fechou o acordo de
delação premiada ainda pode aumentar porque ainda há acertos finais pendentes
entre investigadores e investigados.
De acordo com o jornal, essa será a maior série de acordos de
delação já firmada no país. O teor das revelações, contudo, ficou um pouco
abaixo da expectativa inicial dos procuradores do Ministério Público Federal
(MPF). Segundo fontes com acesso à investigação, acusações atingem
líderes de todos os grandes partidos que estão no governo ou na oposição. Os
depoimentos de todos os delatores devem ser concluídos entre o final deste ano e
o início de 2017.
Outros alvos
Na fase preliminar do acordo, os ex-ministros Antonio Palocci e
Guido Mantega também foram mencionados. O ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ),
preso na semana passada, também teria recebido pagamentos indevidos, segundo os
delatores.
Inicialmente, os executivos da Odebrecht queriam delatar
Palocci, Guido e Cunha, e encerrar o caso. Como os três já estavam implicados em
outras delações, a força-tarefa resistiu a proposta. Nesse contexto, executivos
da empreiteira decidiram ampliar o número de políticos delatados.
Nenhum comentário:
Postar um comentário