
A ex-primeira-dama Marisa Letícia, que está internada no Sírio-Libanês (Leonardo Benassatto/Futura Press)
A ex-primeira-dama Marisa Letícia Lula da
Silva, 66, segue internada no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, um
dia após se submeter a um procedimento de emergência em
decorrência de um acidente vascular cerebral (AVC). Do lado de fora do hospital,
houve protestos contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da
Silva.
Hospitalizada desde ontem à tarde, a
ex-primeira-dama segue em coma induzido na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do
hospital. Como ela permanece sedada e respirando com a ajuda de aparelhos numa
sala onde só é permitida a entrada de um visitante por vez, os familiares têm se
revezado no local. O ex-presidente Lula acompanhou a mulher pela manhã, mas foi
para casa descansar na parte da tarde.
Dentre os políticos e conhecidos do petista, apenas o
ex-senador e atual vereador Eduardo Suplicy (PT) apareceu para prestar
solidariedade a Marisa. Ontem, outros políticos próximos a Lula foram ao
hospital, como o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, o presidente
estadual do PT, Emídio de Souza, o ex-candidato ao governo de SP Alexandre
Padilha e o ex-vereador Jamil Murad (PCdoB), que é médico. Em entrevista,
Suplicy disse que Lula está preocupado com a possibilidade de ela ficar um “bom
tempo” no hospital. “Ele sabe de pessoas que tiveram esse problema e depois não
puderam a ter uma vida normal, mas ele tem toda a esperança”, afirmou.
Protesto
Do lado de fora
do hospital, a movimentação foi um pouco mais atribulada pela manhã. Quatro
mulheres carregando cartazes com os dizeres “SUS” e “Cadê os médicos cubanos?” e
com a imagem de Lula presidiário protestaram na frente do hospital. As mulheres
chegaram a ser rechaçadas pelos pedestres que questionavam se elas “não tinham
nada melhor para fazer”. Elas permaneceram no local por cerca de três horas e
foram embora pedindo, aos gritos, que Marisa fosse removida para o
SUS.
Procedimentos
Maria
Letícia passou por um novo procedimento nesta quarta-feira A equipe
médica introduziu um cateter ventricular em sua cabeça para verificar a pressão
intracraniana após ela realizar exames tomográficos, segundo boletim médico
divulgado na manhã desta quarta pelo Sírio-Libanês. O hospital não divulgará
novo boletim hoje. Na terça-feira, ela havia passado por um procedimento de
emergência para estancar o sangramento provocado pelo rompimento de um
aneurisma(dilatação anormal de um vaso sanguíneo), que já havia sido
diagnosticado no seu cérebro há dez anos. O rompimento ocorreu após ela ter tido
um pico de pressão -chegou a 23 por 12, quando o normal é em torno de 12 por
8.
Segundo o cardiologista Roberto Kalil Filho, o quadro de saúde
de Marisa ainda é grave, inclusive com risco de morte. “O procedimento (de
ontem) foi um sucesso. Conseguimos estancar o sangramento. A condição dela é
estável do ponto de vista clínico. O risco (de morte) sempre existe num quadro
como esse”, afirmou ele. As próximas 36 horas após a cirurgia devem determinar a
dimensão dos danos causados pelo AVC. Os médicos dizem que ainda é cedo para
avaliar se haverá ou não sequelas, o que deve acontecer somente quando ela
acordar. A equipe está diminuindo as dosagens de sedação aos poucos. Marisa
ainda não tem previsão de alta.
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