
Alcaçuz: a guerra entre facções criminosas entrou no sexto dia nesta quinta-feira (Reuters)
Detentos da Penitenciária Estadual de Alcaçuz,
em Nísia Floresta, na Grande Natal, tentaram matar na manhã desta quinta-feira,
19, o diretor da unidade, Ivo Freire. Ele havia se deslocado para uma das guaritas da cadeia durante
o início do novo motim dos presos. No local, um tiro atingiu a parede, passando
próximo a sua cabeça, e deixando ferimentos leves, segundo o Sindicato dos
Agentes Penitenciários. Ele foi atendido e passa bem. A guerra entre facções criminosas entrou no sexto dia nesta
quinta-feira. Detentos voltaram ao teto de pavilhões de Alcaçuz, ocuparam a área
externa da prisão com bandeiras de facções criminosas e fizeram uma batalha
campal, usando plástico, madeira e outros objetos para montar barricadas e
atacar os rivais.
Policiais fizeram disparos com balas de borracha e lançaram
bombas de efeito moral para tentar impedir a aproximação dos dois grupos, que
estavam separados apenas pelos obstáculos montados pelos presos. No fim de semana, 26 detentos do Sindicato do Crime do RN (SDC)
foram mortos por membros do Primeiro Comando da Capital (PCC) em mais um
capítulo do confronto. A nova rebelião aconteceu no dia seguinte à retirada de 220
internos ligados ao SDC do local. O governo do Estado remanejou presos entre
três unidades visando a acalmar a situação em Alcaçuz. A Justiça, porém, determinou que parte da operação fosse
desfeita. A Vara de Execuções Penais de Nísia Floresta, cidade onde está situado
o presídio, entendeu que presos foram retirados “à revelia” e estariam “correndo
sério risco de morte, em especial porque a rebelião não foi controlada”.
Em nota, o Tribunal de Justiça potiguar informou que “neste
momento de desconfiança entre os presos, não há possibilidade de saber quem são
os presos do Sindicato do Crime”. “Só os do PCC estão se declarando como
integrantes desta facção.” A decisão de interromper a operação montada pelo Estado foi
tomada pela juíza Nivalda Torquato, que considerou ainda uma decisão de 2015 que
interditou Alcaçuz para novos presos. “Somente por meio de documento oficial e
em condições de normalidade é que se pode permutar presos”, informou a
magistrada.
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