
Rinaldo Reis (ao centro) disse como Guilherme Lopes cometeu atentado no MP (Foto: Cláudia Angélica/InterTV Cabugi)
O procurador-geral de Justiça, o procurador-adjunto e o
coordenador jurídico do Ministério Público do Rio Grande do Norte seriam os
alvos do servidor público Guilherme Wanderley Lopes da Silva, que na manhã desta
sexta-feira (24) atirou contra membros do MP potiguar dentro da sede da
entidade, no bairro de Candelária, zona Sul de Natal. Isso é o que revela uma
carta deixada por ele na mesa do procurador-geral, Rinaldo Reis, antes de
efetuar disparos e atingir dois promotores de Justiça, cumprindo parte do que
havia planejado.
"Felizmente, embora tenha atingido dois colegas promotores, o
Guilherme não conseguir assassinar nenhum de nós", falou Rinaldo. O
procurador-adjunto Jovino Sobrinho e o coordenador jurídico Wendell Beetoven
passaram por cirurgias no hopsital Walfredo Gurgel, o maior pronto-socorro do
Rio Grande do Norte, e, segundo Rinaldo Reis, têm quadros clínicos estáveis. Na carta, que era digitada e impressa, Guilherme Lopes faz
referência a atos administrativos da atual gestão do Ministério Público. Embora
o documento ainda não tenha sido publicizado para não atrapalhar o trabalho da
polícia, Rinaldo Reis disse que Guilherme reclamava na carta de uma equiparação
salarial entre assessores dentro do MP. Segundo o procurador-geral, o servidor
não teve perda salarial com esse ato.

Tiro efetuado por Guilherme Lopes atingiu porta do procurador-geral de Justiça (Foto: Fred Carvalho/G1)
Rinaldo Reis disse ainda que não há na ficha funcional de
Guilherme Lopes, até então, nada que desabonasse a conduta profissional dele.
"Não tenho a menor ideia do que tenha motivado o servidor a atentar contra
nossas vidas. Ele é concursado, servidor efetivo e ainda exerce cargo
comissionado no Ministério Púbico. Nunca houve constrangimento na parte
administrativa, nunca houve processo disciplinar, nunva foi afastado das funções
dele, não há registro de qualquer afastamento por problema psíquico. Era um
servidor considerado por todos como normal".
O atentado
O procurador-geral relembrou como foi o momento em que Guilherme Lopes atirou contra os membros do MP: "Estava na minha sala juntamente com outros seis promotores que me auxiliam. Ele entrou, sem ser anunciado, junto com a minha secretária. Mesmo estranhando, não fiz objeção à presença dele. O Guilherme se aproximou, colocou dois papéis na minha mesa e disse: 'Isso é uma recompensa por tudo o que vocês fizeram'. Em seguida, ele puxou a arma e a tirou do coldre. Gritei para todos que ele estava armado e houve uma correria. Ele apontou o revólver em minha direção e atirou, mas errou", relatou Rinaldo.
O procurador-geral relembrou como foi o momento em que Guilherme Lopes atirou contra os membros do MP: "Estava na minha sala juntamente com outros seis promotores que me auxiliam. Ele entrou, sem ser anunciado, junto com a minha secretária. Mesmo estranhando, não fiz objeção à presença dele. O Guilherme se aproximou, colocou dois papéis na minha mesa e disse: 'Isso é uma recompensa por tudo o que vocês fizeram'. Em seguida, ele puxou a arma e a tirou do coldre. Gritei para todos que ele estava armado e houve uma correria. Ele apontou o revólver em minha direção e atirou, mas errou", relatou Rinaldo.
E continuou: "O promotor Wendell Bettoven, ao se levantar da
cadeira onde estava, acabou atingido por um tiro nas costas, caindo ao chão em
seguida. Corremos em direção à sala do meu chefe de gabinete. Ele atirou
novamente e a bala passou muito perto da minha cabeça. Corremos para a sala do
procurador-adjunto, que é anexa. Foi lá que o Guilherme alcançou Jovino, que
tentou segurar a mão dele, mas acabou atingido duas vezes no abdómen. Depois
disso, sem conseguir saber para onde eu havia ido, o servidor fugiu". Rinaldo Reis confirmou que, para sair das salas dos membros do
MP cruzando com os seguranças, Guilherme gritava que havia um homem atirando
atrás. "Foi assim que ele escapou. Mesmo assim, houve troca de tiros no
estacionamento. Depois, ele escapou e a informação que temos é que a polícia
está em diligência para localizá-lo e prendê-lo", disse.
Demissão
Rinaldo Reis falou que, além de ser investigado criminalmente pelos atentados, Guilherme Lopes também vai responder administrativamente no MP. "Ele tem que responder por esse ato impensado e é muito provável que seja demitido ao final do processo administrativo disciplinar que será aberto", concluiu. Até a publicação desta matéria, a polícia ainda fazia buscas pelo servidor.
Rinaldo Reis falou que, além de ser investigado criminalmente pelos atentados, Guilherme Lopes também vai responder administrativamente no MP. "Ele tem que responder por esse ato impensado e é muito provável que seja demitido ao final do processo administrativo disciplinar que será aberto", concluiu. Até a publicação desta matéria, a polícia ainda fazia buscas pelo servidor.

Delegado concede entrevista sobre atentado no Ministério Público em Natal (Foto: Fred Carvalho/G1)
Investigação policial
Em entrevista coletiva na tarde desta sexta-feira (24), o delegado-geral da Polícia Civil, Claiton Pinho, disse que a família do servidor do Ministério Público Guilherme Wanderley Lopes da Silva, que atirou em dois promotores do MP mais cedo, ficou "surpresa e assustada" com o ocorrido. "Segundo eles, não havia indício de que Guilherme poderia atentar contra a vida de alguém”, relatou.
Em entrevista coletiva na tarde desta sexta-feira (24), o delegado-geral da Polícia Civil, Claiton Pinho, disse que a família do servidor do Ministério Público Guilherme Wanderley Lopes da Silva, que atirou em dois promotores do MP mais cedo, ficou "surpresa e assustada" com o ocorrido. "Segundo eles, não havia indício de que Guilherme poderia atentar contra a vida de alguém”, relatou.
“Eles disseram que
ele não era uma pessoa violenta e que não sabiam que ele tinha uma arma”, disse
o delegado. Segundo ele, ninguém afirmou saber o motivo do crime, e todos
negaram ter entrado em contato com Guilherme. A investigação, conduzida pelo 5º
Distrito Policial, ouviu colegas de trabalho, servidores do MP e familiares,
entre eles a mulher do atirador. Equipes da Polícia Civil, da Polícia Militar,
do Ministério Público e da Polícia Rodoviária Federal foram mobilizadas e estão
à procura de Guilherme.
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